O aclamado escritor Salman Rushdie foi esfaqueado nos EUA esta sexta-feira, 12 de agosto, entre 10 a 15 vezes. O autor nascido na Índia, de nacionalidades britânica e americana, preparava-se para iniciar um discurso na Chautauqua Institution, em Nova Iorque, quando foi atacado por um homem que subiu ao palco e desferiu os golpes com recurso a arma branca. Um destes atingiu a vítima no pescoço, noticia o “Observador”. Mais tarde, a governadora do estado de Nova Iorque, Kathy Hochul, informou que Rushdie está vivo. Encontra-se a ser operado.
Enquanto Salman era assistido no local, um polícia de plantão imobilizou o atacante, que foi imediatamente detido e retirado do anfiteatro. Pouco depois, o agredido foi conduzido numa maca, totalmente imobilizado, para o interior de um helicóptero que o levaria até ao hospital mais próximo.
Ao longo dos anos, o escritor recebeu inúmeras ameaças de morte, graças aos seus livros serem considerados desrespeitosos para com o Islão. “Os Versículos Satânicos”, publicado em 1988, levou mesmo a que o líder do Irão da altura ordenasse uma fatwa — pedindo a morte de Salman Rushdie. De acordo com a Associated Press, o país do Médio Oriente também terá oferecido uma recompensa de quase três milhões de euros para quem assassinar o escritor.
Este episódio obrigou o autor a passar à clandestinidade, vivendo em diversos países, e deu origem a uma onda de solidariedade universal. Salman Rushdie tem viagem marcada para Portugal em setembro. O escritor de 75 anos foi convidado pela Livraria Lello, no Porto, para uma conversa com Isabel Lucas no dia 17. A sessão é de entrada livre e não carece de inscrição prévia. Se se confirmar, o evento será transmitido em direto através das redes sociais.
