São poucos os artistas que conseguem desaparecer durante meia dúzia de anos e, quando regressam, são o tema de todas as conversas dentro da indústria musical. Adele é um destes fenómenos populares. Após lançar singles como “Someone Like You”, “Rolling in the Deep” e “Set Fire to the Rain”, e o álbum “21”, a cantora britânica desapareceu de cena durante quatro anos.
Regressou em 2015 e parou o mundo com o lançamento de “Hello”, seguido do álbum “25”, que esgotou dois concertos na Altice Arena, em Lisboa. Tal como nos habituou, desapareceu dos olhos do público durante seis anos e prepara-se agora para o lançamento do seu novo single, “Easy On Me”, que sai a 15 de outubro.
O regresso tão aguardado de Adele, agora com 33 anos, começou a ser falado após surgirem projeções em vários prédios e monumentos do mundo com o número 30. Este fenómeno enigmático foi logo associado à cantora, visto que o nome de todos os seus discos (“19”, “21” e “25”) correspondem à sua idade na altura em que realizou a maior parte dos projetos musicais.
Uns dias depois, a cantora anunciou mesmo que ia voltar às ribaltas, através de um post no Instagram onde publicou um pequeno teaser do seu novo single.
Embora o resto do álbum ainda esteja envolto em mistério, existem algumas detalhes que já conhecemos, como a data de lançamento. A artista revelou esta quarta-feira, 13 de outubro, que o álbum será lançado a 19 de novembro: “Quando o estava a escrever [o álbum], uma amiga minha trouxe-me uma garrafa de vinho e takeaway para me alegrar”, revela. “Desde então que reconstruí a minha casa e o meu coração e este álbum narra essa viagem. Casa é onde o coração está”, conclui.
O que podemos esperar do novo álbum
Se há algo que Adele nos oferece a cada álbum que lança são baladas que ficam. Se colocar a introdução de “Someone Like You” ou “Hello”, provavelmente demorará apenas alguns segundos até ter toda a gente a cantar (mesmo que não saibam a letra de cor).
Com “30”, podemos contar com mais destas baladas. “Easy On Me”, por exemplo, já nos traz esta energia que tornou Adele tão conhecida à volta do mundo. Esta foi, na verdade, a primeira música que Adele escreveu para o novo álbum.
Além do teaser que a cantora já disponibilizou nas redes sociais, Adele já apresentou outra parte da música durante uma transmissão em direto no Instagram.
— v (@ViralMaterial) October 9, 2021
“Perdoem-me enquanto choro durante a noite toda por causa de um snippet em loop de 41 segundos”, comentou um utilizador do Twitter.
Mas não serão apenas baladas que poderemos ouvir no novo álbum de Adele. A música que fecha o projeto, por exemplo, é uma música que funcionaria muito bem como tema de créditos para o filme “Breakfast at Tiffany’s”. Afinal, era esse o filme que passava na televisão do estúdio na altura em que Adele gravou esta música. É a maior faixa da cantora, com sete minutos de duração. A “Vogue” britânica teve a possibilidade de a ouvir, e a descrição que fizeram deixa qualquer um, sendo fã da cantora ou não, ansioso para o lançamento. A revista conta que tem influência do jazz, de Judy Garland, um acompanhamento de cordas e, claro, “vocais intemporais”.
O álbum será altamente influenciado pelo divórcio da artista. Será, segundo conta, uma forma de relatar ao seu filho Angelo, de oito anos, como foi o processo e os sentimentos por que teve de passar.
Outra das canções é também uma lição para o filho, desta vez de como tratar outra pessoa numa relação. “Essa [música] é certamente sobre coisas que aconteceram, mas eu quis colocá-la no álbum para mostrar ao Angelo como eu espero que ele trate o seu parceiro, seja um homem, uma mulher, ou o que quer que seja. Depois de atravessar um divórcio, os meus requisitos são altíssimos. Há um grande par de sapatos para preencher”, explica.
A “Vogue” conta ainda que o novo projeto musical de Adele tem influências de Marvin Gaye, Goldfrapp, e tem também uma estética retro.
Durante as músicas do novo álbum, Adele responsabiliza-se pelo divórcio, mostrando um contraste com os seus projetos passados. “Apercebi-me de que eu é que era o problema. Porque nos outros álbuns era muito, ‘Tu fizeste isto! Tu fizeste aquilo! Vai-te foder! Porque é que não podes vir para mim?’ E depois apercebi-me: ‘Ah, merda, eu sou a única constante aqui, na verdade. Talvez o problema seja eu'”, revela.
A essência e a história do álbum foi resumida por Adele em três curtas expressões: “auto-destruição”, “auto-reflexão” e “auto-redenção”.
Embora o divórcio entre Adele e Simon Konecki seja um tema corrente, não corresponde àquilo que o álbum é. “Não é um álbum de divórcio”, explica. E adianta: “é mais sobre eu divorciar-me de mim mesma”.
O álbum não terá colaborações
Adele não é propriamente conhecida por colaborar com outros artistas, por isso, não é um grande choque que o seu próximo álbum não conte com nenhuma participação.
A única parceria feita para o álbum é mesmo com os produtores, que neste caso são Greg Kurstin, que colaborou com a cantora em “Hello”; Max Martin — que já produziu músicas como “… Baby One More Time” de Britney Spears ou “Shake it Off” de Taylor Swift; e com os produtores Inflo e Ludwig Göransson.
O especial de televisão
Não seria a primeira vez que Adele protagonizaria um especial televisivo em nome próprio. Em 2015, a artista participou em “Adele at the BBC”, onde, juntamente com a sua banda, apresentou temas de todos os seus álbuns: “19”, “21” e “25”. O programa foi uma junção de música e momentos de entrevista a Graham Norton.
De acordo com o “Vulture”, a equipa de Adele tem estado em conversações com vários canais televisivos para ser transmitida uma emissão especial relacionada com o lançamento do novo álbum. Noticiam que, por enquanto, ainda não há nenhum canal ligado ao projeto.