Aos 81 anos, Paul Simon continua a compor e a escrever, mas a tarefa tornou-se agora bastante mais complicada. Segundo o artista norte-americano, a audição do seu ouvido esquerdo praticamente não existe.
“Foi de repente que perdi grande parte da audição do meu ouvido esquerdo. Ninguém sabe bem explicar o que aconteceu”, explica o músico ao britânico “The Times”. Tudo se tornou mais difícil.”
A outra metade da dupla Simon & Garfunkel e vencedor de inúmeros Grammy revela que o problema de saúde surgiu enquanto trabalhava no seu próximo álbum, “Seven Psalms”. Sentiu-se “frustrado e irritado”.
Acreditava que seria algo temporário que “iria passar e que se resolveria por si”, mas isso não aconteceu. A aparente irreversibilidade da perda de audição colocou Simon a ponderar se terá ainda um futuro na música ou, pelo menos, o impedirá de atuar ao vivo.
Sempre à procura do lado bom das coisas, o músico revela que não tocar ao vivo pode ser benéfico, no sentido em que há temas que a plateia quer ouvir, mas que ele não quer tocar. “Há temas meus que não quero cantar ao vivo, não quero. Por vezes há canções de que gosto e, a certo ponto na digressão, digo: ‘Que raio estás a fazer, Paul?’.”
O tema em que mais vezes isso acontecia era “You Can Call Me Al”. “O que raio estava eu a fazer? Parecia uma banda de covers do Paul Simon. Devia era deixar a estrada e ir para casa”, confessou pensar.
Os últimos anos foram duros para o músico, que revelou ter sofrido com a luta contra a Covid-19 que o deixou fisicamente muito fragilizado. “Fartei-me de levar pancada nestes últimos anos, mas ainda estou com bom aspeto, não?”, notou na entrevista.