No topo de uma colina em Gabicce Mare, com vista para o mar azul italiano na região de Marche, ergue-se uma das discotecas mais icónicas do mundo: a Baia Imperiale. É, acima de tudo, um templo da vida noturna onde o luxo da Roma Antiga se une ao espírito vibrante da música moderna. Desde a inauguração em 1975 que é considerada uma das melhores discotecas do país.
O espaço foi fundado a 29 de junho de 1975, pelo empresário Giancarlo Tirotti. Inicialmente, tinha o nome de Baia degli Angeli (em português, Baía do Anjo). Inspirado pelos anos vividos e noites passadas em Nova Iorque, o italiano queria criar na sua terra natal uma casa que pudesse competir com as maiores referências do mundo.
Para isso, introduziu conceitos inovadores na cena noturna italiana, como horários prolongados até ao amanhecer e música sem pausas, o que viria a tornar-se habitual. A concorrência era forte, mas o Baia destacou-se pela arquitetura opulenta, com interiores em cimento branco, piscinas e uma passarela de cristal suspensa sobre uma destas superfícies onde os clientes podiam dançar a noite toda.
Não foi apenas a decoração excêntrica que chamou a atenção do público nos primórdios da discoteca: a música também teve um papel crucial. Desde cedo que Tirotti contratou alguns dos maiores DJ norte-americanos da altura, como Tom Sison e Bob Day.
Foram estes artistas que ajudaram a introduzir um estilo de música disco e técnicas de mixagem inovadoras, que naquela época ainda eram desconhecidas em Itália. Antes de os hits chegarem às rádios, também eram eles que levavam para a pista de dança muitas das canções que faziam sucesso nos Estados Unidos, vindas de gravadoras como a Philadelphia Records e a TK Records, que detinham o catálogo de super estrelas: Jackson 5, The O’Jays, Billy Paul, George McCrae e KC & The Sunshine Band são alguns desses exemplos.
Estes temas podiam ser ouvidos até às 6 da manhã, um horário inédito no país que acabou por atrair uma clientela sedenta por experiência noturnas prolongas. No teto era projeto um raio laser que servia como uma estrela guia para os notívagos chegarem àquela que se tornaria na sua segunda casa.
Após de dois anos de sucesso e trabalho contínuo, Tirotti decidiu que era tempo de abandonar a discoteca e acabou por vendê-la. Reabriu no outono de 1977, sob nova gestão e com os DJ Daniele Baldelli e Mozart a fazerem a curadoria musical — que continuou a ser inovadora, misturando disco, eletrónica e jazz-rock.
Em 1979, chegou o drama que acabou por manchar a imagem da discoteca: um cliente foi encontrado morto no parque de estacionamento, vítima de overdose. Após uma investigação das autoridades e de uma enorme pressão mediática e social, a Baia degli Angeli teve mesmo de fechar as portas.
Após seis anos de pausa, regressou com o nome atual, Baia Imperiale, e uma estética diferente. As piscinas e a vista para o mar continuaram a fazer parte do conceito, mas agora a temática era a Roma Antiga, com enormes estátuas e um design semelhante a um templo da época.
A seleção musical manteve-se eclética. Porém, passou a estar dividida em quatro salas: Sala del Senato, Lo Zodiaco, Sala delle Piscine e La Terrazza. O objetivo foi criar diferentes ambientes, onde os clientes pudessem escolher exatamente aquilo que queriam ouvir, do comercial ao house, disco e eletrónica.
Desde então que a discoteca também se tem focado em organizar festas épicas que se prolongam até de madrugada, com vários artistas famosos a assumirem o papel de DJ. Snoop Dogg, Steve Aoki, Martin Solveig e Bob Sinclair foram alguns dos convidados dos últimos anos. Do outro lado, na pista, a lista de convidados não é menos impressionante — Grace Jones, Amanda Lear, Giorgio Moroder e Marcela Bella já dançaram na discoteca durante horas a fio.
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