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Mais um fiasco: regresso do infame Fyre Festival foi adiado

A nova edição devia arrancar em março. Alguns bilhetes custavam um milhão de euros.
Os bilhetes venderam rápido.

Após a fraude da primeira edição do Fyre Festival, a sensação é de déjà-vu. A segunda edição do polémico evento, que estava marcada para 30 de maio e 1 de junho, foi adiada, noticiou a “ABC News”. Nas redes sociais, porém, ainda não foi confirmado o cancelamento do festival.

Apenas os portadores de bilhete, que foram colocados à venda por valores que podiam ir dos 966 euros aos 966 mil euros, foram notificados de que a festa será remarcada para uma data ainda por revelar. O valor dos bilhetes terá sido reembolsado na íntegra.

A segunda edição do evento estava prevista acontecer no México, embora as autoridades locais nunca tenham confirmado a realização. “Estamos a sete meses e meio da data. Temos uma ilha privada nas Caraíbas, junto à costa do México, e uma equipa de produção excecional que está a tratar de tudo ao pormenor, das sopas às nozes”, afirmou o empresário Billy McFarland.

Porém, em março, um representante do turismo da Ilha das Mulheres, nas Caraíbas, afirmou que a autarquia não tinha conhecimento da festa. “Para nós, é um evento que não existe”, disse, na altura, Edgar Gasca ao “The Guardian”.

Gasca garante ainda que já falou com hotéis que no site do Fyre são listados como acomodações parceiras e que também eles não tiveram qualquer tipo de contacto com a organização. “Acredito que os responsáveis acharam que bastava anunciá-lo e ver se ganhava tração, para depois, a meio do caminho, pedirem as licenças. É uma forma muito ingénua de pensar”, acrescenta.

O criador do evento garantiu que as infraestruturas estavam a ser construídas de raiz para o festival. Além disso, contratou uma equipa especializada em festivais que irá assegurar a logística dos palcos e áreas sanitárias. “Vão tratar das coisas que não consigo compreender e sobre as quais nada sei”, acrescentou.

O Fyre Festival 2 é organizado por Billy McFarland, que se tornou uma figura pública em 2017, depois de a primeira edição ter sido um desastre sem precedentes. Amplamente promovido por influenciadores e modelos nas redes sociais, o evento gerou enormes expectativas.

No entanto, quando os convidados chegaram, encontraram um cenário caótico: tendas de emergência em vez das luxuosas vilas anunciadas, comida de qualidade muito inferior ao esperado, escassez de água e a ausência das atrações prometidas. O festival foi cancelado logo no primeiro dia, deixando os participantes sem apoio na ilha.

McFarland foi acusado de defraudar os investidores do festival em 22,6 milhões de euros. Em 2018 começou a cumprir uma pena de seis anos de prisão, tendo sido libertado em 2022. O desastre do evento inspirou o famoso documentário da Netflix, “Fyre: O Grande Evento que Nunca Aconteceu”, lançado em 2019. No mesmo ano, estreou “Fyre Fraud”, outro documentário, na plataforma de streaming Hulu.

Apesar de tudo, os bilhetes para a nova edição já estão a ser vendidos. Tal como a NiT lhe contou, os preços chegam a um milhão de euros.

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