Música

Alborosie: o fenómeno do reggae que cantou com Amy Winehouse vem atuar a Portugal

O artista é um dos cabeças de cartaz do A.R.T. Music Festival, que decorre entre 13 e 15 de setembro, em Oeiras.
Atua a 13 de setembro.

O italiano Alborosie apaixonou-se pelo reggae aos 13 anos. “Não sei bem o porquê, mas identifiquei-me com aquele espírito de amor e despreocupação. A ligação foi imediata e o reggae é, até hoje, o meu grande amor”, revela o artista à NiT.

Atualmente, é um dos maiores nomes do género e irá atuar no A.R.T. Music Festival, que tem início a 13 de setembro nos Jardins do Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras. “É mais do que um mero festival de música; pretendemos criar um ambiente descontraído e cheio de vida”, realça o diretor-geral do Grupo Chiado, Zahir Assanali, responsável pela organização do evento.

O cartaz inclui ainda artistas como Alpha Blondy, Anthony B & House of Riddim, Gentleman, Leo 2745, Regula e Piruka. “Gostava de poder vê-los a todos, mas infelizmente só posso dar o meu concerto. Depois tenho uma festa e vou embora”, lamenta o artista de 47 anos.

A carreira de Alborosie começou em 1992, em Itália, com o grupo Reggae National Tickets, que lançou dois álbuns: “La Isla” e “Roof Club”. Aos 21 anos, após o fim da banda, decidiu rumar sozinho à Jamaica, país que visitava frequentemente com a família.

“Quando me mudei, não estava focado em mim, mas no reggae. Era estudante de música e queria aprender mais, estar com as pessoas que originaram aquela cultura. O ambiente era ótimo”, recorda. Começou, então, a apostar na carreira a solo, lançando os sucessos “Kingston Town” e “Herbalist”, que o tornaram conhecido mundialmente. Em 2000, aceitou trabalhar como engenheiro de som no estúdio GeeJam, em Port Antonio, no meio da selva, propriedade do produtor John Baker.

O desafio proporcionou-lhe a oportunidade de colaborar com várias estrelas internacionais, incluindo Sade, Eve, Wyclef e Amy Winehouse. Com a artista britânica, lançou “Half Time”, do álbum póstumo “Lioness: Hidden Treasures”, publicado a 2 de dezembro de 2011, após a sua morte, a 23 de julho desse ano.

“A conexão foi estabelcida por Salaam Remi, o produtor dela. Devo muito a Amy. A sua morte foi uma tragédia, e adoraria ter tido mais oportunidades para colaborar com ela; felizmente, consegui fazer isso uma vez”, afirma o cantor, cujo nome verdadeiro é Alberto D’Ascola.

No A.R.T. Music Festival, partilhará o palco com os Shengen Clan. Ao recordar os tempos em que fazia parte de outro grupo, Alborosie afirma que “pouco mudou”. “Continuo a ser o vocalista, mas agora canto noutro idioma e represento uma cultura diferente.”

Durante o seu concerto, o artista também tocará guitarra, baixo, bateria e piano, que domina desde a infância. “A guitarra é o meu instrumento favorito, o meu primeiro amor, mas quando estou no estúdio, também uso as batidas que produzo como instrumentais”, explica. 

Quanto às letras, procura manter-se atualizado sobre temas relevantes, sem esquecer as suas origens e a história do reggae. Além disso, estuda os trabalhos de “artistas lendários e nomes mais recentes de diferentes géneros”. “Acredito que a música deve ser nossa, refletindo o que se passa no mundo. Precisamos de usar a nossa voz para provocar mudanças”, sublinha o siciliano.

Quando foi convidado pela organização do A.R.T., confessa que ficou “muito feliz” porque o espetáculo significaria um regresso a Portugal, um país que adora. “É uma boa oportunidade para praticar o meu português”, brinca.

Alborosie acredita que o público irá apreciar o que tem preparado e revela o segredo de uma performance bem conseguida: “o artista precisa de se divertir”. “Se isso acontecer, as pessoas também vão adorar. Para mim, todos os concertos são uma celebração da vida.”

O palco da NiTfm

O palco secundário do festival, que terá lugar entre 13 e 15 de setembro, é coordenado pela rádio NiTfm, da revista NiT. Este espaço contará com apresentações de stand-up comedy e com a atuação de nomes emergentes da indústria musical.

O entretenimento inicia-se às 18h30, com um segmento apresentado pelo humorista Miguel Lambertini. No primeiro dia, os convidados serão João Pinto e Fred Chaves. No segundo, o palco acolherá Mónica Vale de Gato e Tiago Pereira, e no último dia as performances estarão a cargo de Joana Gama e da dupla Joana Caldeira e Laura Gonçalves.

As apresentações acontecerão nos intervalos dos espetáculos do palco principal, com tempo para um DJ set logo a seguir. Ao longo desses três dias, a responsabilidade dos sets musicais ficará a cargo de Hora do Sol Dub Set (Tiago Santos), Luie Melody Live Dub Session e João Gomes (Fogo Fogo), respetivamente.

Joydan & The Majestics serão os protagonistas do último espetáculo no palco da NiTfm. Seguem-se Zoe Mazah & Band no segundo dia e, a encerrar o festival, Orlando Santos & The Bagattels.

“Quando ficámos com a curadoria deste palco, o nosso objetivo foi manter a essência musical do festival, mas também enriquecê-la com uma proposta diferente, incluindo momentos de stand-up comedy”, afirma Rui Barros, diretor da NiTfm. “Todos os dias atuam dois comediantes: um emergente e outro mais estabelecido, com atuações de 20 minutos cada. Além disso, selecionámos bandas que se enquadram nos géneros presentes no festival, dando destaque a novos talentos que desejamos apresentar ao público.”

Os bilhetes para o A.R.T. Music Festival já podem ser adquiridos online. O passe geral custa 90€ e o ingresso diário está disponível por 35€.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT