Ao contrário de Espanha, Países Baixos, Irlanda e Eslovénia — que já garantiram que não participam do Festival Eurovisão da Canção em 2026 se Israel participar — a Alemanha, por seu lado, promete abandonar a Eurovisão caso Israel seja banido. O país defende que Israel “tem o direito de participar”, uma opinião não consensual no resto da Europa.
O chanceler alemão, Friedrich Merz anunciou que Alemanha não irá participar no festival, caso Israel seja afetado. “É uma decisão que apoio”, disse Merz em entrevista à ARD, televisão pública alemã, quando questionado se o país se retiraria do evento caso o estado israelita fosse impedido de entrar no festival de música. “É um escândalo que isto esteja sequer a ser discutido, Israel tem o direito de participar”
A Alemanha, em conjunto com França, Itália, Espanha e Reino Unido, criam o Big Five, ou seja, os cinco países que mais contribuem para o financiamento da Eurovisão. Os restantes deste grupo têm opiniões que divergem: França vai participar independentemente da decisão e Espanha admitiu que irá boicotar a Eurovisão caso Israel entre.
O ministro da cultura espanhola, Ernest Urtasun, admitiu em meados de setembro que Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, já tinha pedido à União Europeia de Radiodifusão (EBU) para afastar Israel, tal como aconteceu com a Rússia após a invasão da Ucrânia.
“Como organizadores conjuntos da Eurovisão, partilhamos uma responsabilidade coletiva”, disse López, também presidente da RTVE, a televisão e rádio públicas espanholas. “Apesar de Israel participar regularmente na competição, os eventos atuais e o genocídio que está a decorrer neste momento faz com que seja impossível olharmos para o lado.”
Ao longo das últimas semanas, também vários ex-concorrentes se têm manifestado quanto à participação de Israel no concurso. Em maio, foi lançada uma carta assinada por mais de 70 músicos, incluindo Lena D’Água, Fernando Tordo, António Calvário, Charlie McGettigan e Mae Muller.
O documento também foi apoiado por Salvador Sobral que, em entrevista à “TSF”, revelou que espera que Portugal siga o exemplo de Espanha e saia do concurso caso Israel avance. “Expulsar Israel da Eurovisão é algo simbólico, reconhecer o Estado da Palestina também é simbólico”, afirmou. “Está na hora de Portugal acordar, tanto no Governo como no canal público, que deve tirar a participação de Portugal se Israel participar, não tenho dúvidas nenhumas.”

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