Após ter passado pelo nosso país em 2023, Gilberto Gil, um dos maiores nomes da música brasileira, anuncia a sua derradeira digressão. O artista de 82 anos vai despedir-se dos palcos em 2025, quando assinala 65 anos de carreira, ao longo dos quais lançou mais de 60 discos.
A tour “Tempo Rei” vai decorrer entre março e novembro do próximo ano em nove cidades brasileiras, anunciou o músico esta terça-feira, 6 de agosto. O alinhamento vai incluir canções como “Aquele Abraço”, “Cálice”, “Refazenda” ou “Domingo no Parque”, entre outro.
A série de concertos arranca a 15 de março no estádio Arena Fonte Nova, em Salvador, a cidade onde nasceu e onde começou a carreira. Segue-se o Rio de Janeiro, onde vive desde a década de 60, assim como Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza e Recife, onde termina o périplo, a 22 de novembro.
“Quero continuar a fazer música, mas a um ritmo diferente. E antes disso, vamos ter aquela celebração bonita com o público e a família”, garantiu o artista, que decidiu retirar-se dos palcos após refletir sobre o mercado musical atual.
Nascido em 1942, em Salvador da Bahia, no Brasil, Gilberto Gil começou a carreira musical na década de 1950 a tocar acordeão. Acabou por se tornar num dos nomes mais respeitados e famosos do Brasil.
O artista urgiu no panorama da Música Popular Brasileira (MPB) durante a ditadura militar ao lado de outros grandes talentos. As colaborações com Caetano Veloso e o seu envolvimento no Tropicalismo, um movimento cultural libertário que enfrentava o regime através da arte, levou-o ao exílio em Londres.
O artista é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2021, e foi ministro da Cultura em 2003 — a convite do Presidente Lula da Silva. Apesar de ter gerado severas críticas, o músico permaneceu no cargo durante cinco anos e meio. Apenas saiu do governo do Partido Trabalhista porque pretendia voltar a dedicar-se à sua arte.
Ao longo da carreira, lançou quase 60 álbuns que lhe valeram nove prémios Grammy.
