LET'S ROCKO uso de Inteligência Artificial (IA) na música é um tópico que divide opiniões. Em fevereiro, alguns dos maiores artistas britânicos juntaram-se e lançaram um álbum contra esta prática. Uns meses depois, há um grupo criado apenas com o computador que está a fazer sucesso nas plataformas de streaming: os Velvet Sundown.
A 5 de junho, lançaram os dois primeiros álbuns, “Dust and Silence” e “Floating on Echoes”, passando a ter 26 faixas descritas como “alt-pop cinematográfico e soul analógico dos sonhos”. Atualmente, têm mais de 500 mil ouvintes mensais, número alcançado em menos de um mês e sem ninguém saber quem eram os integrantes.
Apesar do sucesso inicial, fãs e utilizadores da plataforma começaram a desconfiar de que se tratava de Inteligência Artificial quando não encontraram fotografias reais ou qualquer rasto online dos supostos músicos Gabe Farrow, Lennie West, Milo Rains e Orion “Rio” Del Mar, que fazem parte da formação.
As suspeitas confirmaram-se quando a banda publicou finalmente uma fotografia no Instagram. Os integrantes visuais tinham sido gerados, lá está, através de Inteligência Artificial. A plataforma “Deezer” também identificou o uso desta tecnologia, exibindo alertas de que as canções são “conteúdo gerado por IA”.
Este episódio ocorre numa altura em que se verifica um crescimento acelerado da música produzida por algoritmos. Segundos dados divulgados pelo serviço de streaming “Deezer”, quase um quinto das faixas atualmente enviadas para o catálogo são geradas integralmente por IA. Em janeiro deste ano, o valor era de apenas 10 por cento.
“A IA generativa tem o potencial de influenciar positivamente a criação e o consumo de música, mas precisamos de agir com responsabilidade para proteger os direitos e as receitas de artistas e compositores”, disse Aurelien Herault, o diretor-geral da empresa.
Artigos relacionados
