A pandemia até atrasou os planos, mas na hora de um passinho de dança o que se quer é vontade. E ritmo, claro. A BOTA é um novo espaço em Lisboa onde vontade e ritmo se têm conjugado.
A história deste novo spot artístico lisboeta começa um pouco antes. A Toca das Artes é uma associação cultural criada em 2016 por Paula Soares. Estava lá desde o início a experiência de organização de agenciamento e eventos culturais, mas havia um projeto que precisava apenas de tempo para ganhar forma.
Em fevereiro deste ano, nasceu no Largo de Santa Bárbara a BOTA, uma espécie de quartel-general artístico junto aos Anjos. O nome é a sigla de Base Organizada da Toca das Artes. Fevereiro, estamos todos recordados, foi o último mês daquela outra vida que tínhamos antes da pandemia. Apesar do impacto sofrido, com ideias e a generosidade dos proprietários foi possível que o tal projeto ganhasse pernas para andar. Ou botas, passe o trocadilho.
Por estes dias a agenda é cada vez mais cheia. Por ali têm passado concertos, sessões de poesia, DJ sets, diferentes performances que dão vida à zona. Têm tido artistas que convidaram mas também alguns que já procuraram diretamente a BOTA. Em dias de eventos há reservas de entradas para ter a certeza de que se cumprem as condições de segurança. No resto do tempo é um espaço dinâmico, em evolução.
“O espaço é um antigo escritório, com gabinetes, guichets, e que tem condições maravilhosas para explorar”, explica à NiT Lily Nóbrega, responsável pela organização da BOTA.
“Dividimos o espaço em zonas de trabalho, com diferentes gabinetes onde as pessoas podem estar a trabalhar. Temos pessoas ligadas às artes plásticas, à fotografia, até a arquitetura e antropologia”. E depois há um pequeno auditório que, nesta altura mais apertada de regras, alberga confortavelmente três dezenas de pessoas.
A BOTA funciona muito para lá das horas de atuações. O espaço está aberto de quarta-feira a domingo, das 17 às 22 horas. O espaço conta com bar, mesas, cadeiras e zona de terraço, o que quer dizer que há sempre margem para um copo e dois dedos de conversa entre amigos. Não se assuste, por isso, se à entrada a primeira coisa que vir forem gabinetes. Este não é um escritório como os outros. Há mais mais para explorar por ali.
Um dos planos para o futuro passa por adaptar uma parte da BOTA a uma espécie de residência artística. As pessoas podem estar por lá, trabalhar e, se for caso disso, até mostrar o seu trabalho em exposição.
O feedback tem sido muito positivo. “As pessoas acham o espaço maravilhoso, acolhedor e com uma marca vintage.” Além do mais, esta é “uma zona de Lisboa muito interessante, com dezenas de nacionalidades, com muitas associações locais ligadas às pessoas”, uma vizinhança que agrada para uma BOTA que veio também para dar o seu toque à cidade.
A agenda da BOTA pode ser acompanhada online e entretanto estão já mais atuações previstas. Na próxima sexta-feira, 6 de novembro, há um DJ set de Eduardo Morais. No sábado há oportunidade para ouvir o músico brasileiro Leo Middea, que já emprestou um pouco do seu sotaque cantado à cidade de Lisboa.