“A morte da minha irmã foi a coisa mais difícil com a qual que tive de lidar.” Em fevereiro 2017, o cantor Wiz Khalifa revelou, através da redes sociais, que tinha morrido Dorien “Lala” Thomaz, aos 32 anos. “Com as vossas orações e votos de felicidade a minha família vai ultrapassar isto”, continuou.
Durante vários dias, o artista evitou falar sobre o assunto, mas a verdade é que começou a lidar com o luto alguns meses antes, no estúdio. “Na altura em que estava a escrever o tema ‘See You Again’, foi quando ela adoeceu”, revelou no programa “People’s Party”, de Talib Kweli, em dezembro de 2022.
A discografia do rapper de 37 anos continua a crescer, desta vez com o lançamento do disco “Kush + Orange Juice 2”, editado este sábado, 18 de abril, dando continuidade ao projeto com o mesmo nome, apresentado há 15 anos. Com 23 faixas, conta com a participação de nomes como Don Tolliver, Gunna e Smoke DZA em faixas que combinam humor com alguma seriedade.
Antes da chegada da mixtape, o cantor começou a lançar freestyles que marcaram um regresso nostálgico aos primeiros tempos da sua carreira, em 2010, quando descobrir novos discos significava mergulhar nos blogues de rap ou no Soundcloud. Na altura, não imaginava que, cinco anos mais tarde, estaria a lançar um dos maiores hits da sua carreira.
O maior sucesso de Khalifa continua a ser, até aos dias de hoje, o tema “See You Again”, realizado em parceria com Charlie Puth, que integrou a banda sonora de “Velocidade Furiosa 7”. Quando foi lançada, em 2015, chegou ao primeiro lugar da tabela americana Billboard Hot 100 e valeu-lhe várias nomeações para prémios mediáticos, como os Globos de Ouro.
A faixa foi concebida para celebrar a morte de Paul Walker, no final da longa-metragem. Não é, por isso, uma surpresa que seja profundamente emocional para ambos os autores, já que fala sobre perda e sobre amor. O que muitos não desconhecem é o contributo de Dorien para a composição da canção.
“Nessa altura, ela já sabia que estaria a deixar tudo para trás. Acho que [a faixa] pode tocar qualquer pessoa que esteja a passar por uma perda, ou que esteja a lidar com uma situação dolorosa. Foi isso que a tornou tão especial para mim”, acrescentou Khalifa, em entrevista a Kweli.
O artista também revelou a existência de uma versão sem os versos de rap, que tocou apenas em algumas estações. A emoção que Khalifa colocou neste contributo foram influenciadas diretamente pela irmã, que sempre teve um impacto profundo na sua vida e no seu trabalho.
Lala, soube-se mais tarde, foi diagnosticada com um linfoma e optou por não seguir tratamentos invasivos. Seguido a mãe, Peachie, que partilhou um tributo comovente à filha nas suas redes sociais, a jovem optou por viver os últimos dias “com dignidade”.
A par de “See You Again”, cujo refrão todos aprenderam a trautear, a jovem continua a ser homenageada todos os anos, através de festas como “Lalaween”, que acontece em outubro, assim como iniciativas planeadas pela progenitora, entre as quais a “CindereLala”, destinada a apoiar jovens LGBTQ+ .