No último dia de Rock in Rio Lisboa 2022, as atenções dividiram-se sobretudo entre Anitta e Post Malone. Depois do enorme espetáculo da artista brasileira, cabia ao americano o desafio de agarrar os muitos milhares de pessoas em frente do Palco Mundo e não os deixar escapar enquanto os minutos passavam.
Se Anitta atuou com uma vasta equipa de bailarinos e um cenário que aludia ao Brasil, Post Malone fez o inverso. O cantor americano de 26 anos apostou numa performance minimalista, onde o menos é mais, e apresentou-se completamente sozinho perante uma multidão que nunca desistiu durante todo o espetáculo. Aliás, as filas da frente fizeram-se muito bem ouvir, demonstrando com entusiasmo que estavam ali para o ver.
Apenas os ocasionais efeitos de pirotecnia adornaram a atuação sóbria de Post Malone. Simpático, introvertido e humilde — mas também ultra eficaz a dominar a plateia e a fazer subir a energia — agradeceu incontáveis vezes ao público. “Estou aqui para tocar alguma música merdosa e beber uns copos”, disse, pouco depois de entrar descontraidamente em palco com um copo e um cigarro na mão, como se fosse apenas mais um jovem a circular de forma banal pelo Parque da Bela Vista.
Num concerto como este, o que não podia falhar era, portanto, o som. Felizmente, foi uma das performances com as melhores as condições sonoras do Palco Mundo, com a voz melódica de Post Malone a soar maravilhosamente por cima dos instrumentais pop muito influenciados por sonoridades trap. Talvez não fosse preciso recorrer com tanta intensidade à rouquidão profunda quando a ideia era agitar o público. Porém, Post Malone cumpriu exatamente aquilo a que se propôs.
O alinhamento arrancou em força com temas como “Wow” e “Better Now” e as faixas mais recentes — do recém-nascido álbum “Twelve Carat Toothache” — não provocaram indiferença aos fãs, que mostraram que conheciam bem as canções lançadas apenas há poucas semanas.
Depois de uma sequência mais calma com “I Fall Apart”, “Stay” e “Go Flex” — estas duas últimas em versão acústica, com guitarra — Post Malone partiu para o glorioso final. Interpretou “White Iverson”, um dos seus primeiros grandes êxitos, “Candy Paint” e “Sunflower”, antes da apoteose de “Rockstar” — na qual destruiu a guitarra que delicadamente usara minutos antes — e “Congratulations”. Despediu-se como sempre esteve durante aquela hora de espetáculo: positivo e tranquilo, com mensagens de amor e boa disposição.
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