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Concerto de Travis Scott na MEO Arena foi um autêntico circo — no bom e mau sentido

O rapper atuou esta sexta-feira, 2 de agosto, na maior sala de espetáculos do País. Vai repetir o feito nos dias 3 e 4.
Atuou esta sexta-feira.

Era 20h40 quando o relógio começou a contar os minutos para a subida de Travis Scott ao palco da MEO Arena, onde já se ouviam os gritos entusiasmados dos fãs. Copos voavam, garrafas de álcool eram lançadas ao ar e as T-shirts eram tiradas, numa demonstração de preparação para a intensa atmosfera que sempre marca as atuações do artista.

Esta sexta-feira, 2 de agosto, o rapper norte-americano subiu ao palco da maior sala de espetáculos do país, onde se apresentará também no sábado, dia 3, e no domingo, dia 4, como parte da sua digressão mundial “Circus Maximus”. A tour serve para promover o seu mais recente álbum, “Utopia”, lançado em 2023, com Lisboa a ser o último destino da sua passagem pela Europa.

O público português foi recebido com o tema “Greetings From Utopia”, mas o artista não se fez notar de imediato. Após alguns minutos de expectativa, Travis apareceu ao som de “HYAENA”. A atuação foi marcada por pirotecnia, chamas, jogos de luzes e uma série de efeitos especiais, definindo o espetáculo como um verdadeiro circo, no bom sentido da palavra. O calor das chamas era palpável e a sala vibrava graças aos saltos enérgicos do rapper, que comentou: “A melhor cidade ficou para último”.

Durante um intervalo do espetáculo, ele chamou quatro fãs “loucos” ao palco, criando um momento algo desconfortável. Quando um dos escolhidos o abraçou, Travis mostrou-se insatisfeito: “Estás aqui em cima para curtir, não para me tocares.” No entanto, essa situação foi rapidamente superada, pois, em palco, todos se abraçaram enquanto saltavam e gritavam.

A participação ddo público foi crucial durante o concerto. Em determinado momento, enquanto interpretava “I KNOW?”, silenciou a música, interrompeu a atuação e incentivou os portugueses a cantarem, um desafio que não desapontou. Aqueles que planeiam assistir aos próximos concertos devem preparar-se para gritar até ficar sem voz.

A energia transmitida pela audiência refletia-se na presença de palco de Travis, que corria de um lado ao outro do recinto, gritando as letras com o pouco fôlego que lhe restava. Embora talvez não tenha uma voz tão impactante como outros artistas da indústria, soube captar a atenção de todos do início ao fim da sua apresentação.

O “Circus Maximus” proporciona uma experiência única, especialmente para aqueles que se encontravam em pé na plateia, envolvidos em constantes mosh pits — onde, no passado, fãs de Scott morreram, tal como a NiT lhe contou na altura.

Contudo, não havia receios de que tal se repetisse; pelo contrário, o público estava em êxtase com a oportunidade de participar no espectáculo de um dos seus artistas favoritos, com os mosh pits a acontecerem em várias áreas ao mesmo tempo.

Uma das canções que se destacou durante a noite foi “MY EYES”. Antes de a interpretar, Travis partilhou a sua vulnerabilidade com o público, enfatizando a importância da faixa para si: “Se também significa algo para vocês, cantem comigo.” Foi um momento de pausa que trouxe um toque mais humano ao espetáculo.

Para encerrar o concerto da melhor maneira, o rapper optou por tocar “F!EN”, um dos seus temas mais conhecidos, seis vezes consecutivas, antes de se despedir ao som de “Telekinesis”. Antes de se retirar para os bastidores, ele passeou junto às grades, cumprimentando os fãs.

A apresentação de Travis Scott, de 33 anos, ficou marcada pela sua energia incansável. Esta pujança só é possível graças à euforia do público. No entanto, levantam-se aqui alguém questões de segurança. Sabemos que mosh pits são normais e nisso não há problema nenhum.

Embora os mosh pits sejam uma prática comum e tolerada, muitos fãs conseguiram introduzir tochas na MEO Arena, representando um risco significativo para todos ao redor. Outras questões, como os copos de álcool atirados entre a assistência e o constante cheiro a tabaco, fizeram com que o espetáculo assumisse uma conotação negativa, transformando-se num circo, agora no mau sentido da palavra.

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