Há um ano, a NiT juntou-se à TVI e à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com uma ideia em mente: criar uma bolsa de dez mil euros para apoiar um novo talento emergente. Assim nasceu o New Talent. Ao todo, foram dez jovens, com menos de 27 anos de idade, que entraram na fase final, em que seria o público a decidir o vencedor numa votação online.
A escolhida nessa primeira edição foi Sara Cruz, jovem açoriana que já se andava a destacar na sua paixão, a música. O prémio New Talent não premiava apenas o talento, mas também uma ideia. No caso de Sara Cruz, a sua ambição era poder ter o próprio estúdio, na sua São Miguel natal. Um ano depois, a NiT falou com Sara Cruz sobre o que mudou com esta bolsa na sua vida.
A pandemia atrasou as encomendas, mas o estúdio a que chama carinhosamente o seu “espacinho” é agora uma realidade. “O prémio possibilitou-me isso”, conta. “Agora já tenho material novo, instrumentos, já tenho tudo montado e ligado. Tenho andado a fazer demos com novas canções, a explorar o software. Estou naquele processo de aprendizagem, que é longo e complexo mas muito gratificante”.
À NiT, Sara Cruz explica que, antigamente, o processo de gravação de uma música implicava uma logística enorme. Tinha de encontrar o estúdio e quando lá chegava já tinha de ter definido o que ia fazer. “Agora tenho forma de gravar as minhas coisas em casa. Acabo por criar e explorar muito mais”.
Nesta fase, está a dedicar-se também mais ao lado da produção. Há camadas novas que pode acrescentar à sua música. “É um mundo maravilhoso, há tanta porta por abrir. Estou super entusiasmada, todos os dias passo lá um tempo”, conta sobre o estúdio. Esta aprendizagem é feita em modo autodidata. “Às vezes, ligo para um amigo meu na Terceira, o Cristóvão, que tem um estúdio e me vai dando umas dicas”. No futuro, quando dominar este lado de produção, estará também pronta para receber amigos que queiram gravar música no seu espacinho.
“Consegui algo que, se não fosse o prémio, não conseguiria durante muito tempo. É material caro, tentamos não gastar demasiado dinheiro porque depois é sempre preciso outro material. Isto vai permitir-me gravar as minhas músicas de forma profissional, com qualidade”, conta.
No entretanto, Sara Cruz está a trabalhar nas suas próximas canções. Este ano, lançou o single “Heavy Heart”, está a trabalhar em mais um par de singles e que devem chegar no início de 2021, ano em que tem também planos para o próximo EP.
Na altura, a vitória foi uma surpresa. “Até ter ouvido o meu nome não tinha criado expectativas. Até àquele último segundo havia esperança, claro, mas não acreditava que conseguisse”. O momento em que ouviu o seu nome abriu caminho a uma nova fase. Mas foi também um daqueles momentos de orgulho na sua ilha. “Aqui onde vivo toda a gente me falava disso. Foi uma vitória minha mas de todos nós aqui no cantinho, há aquele orgulho especial de ser da nossa terra”, conta.
Não é que houvesse dúvidas sobre a música: é a sua paixão e sabe que de alguma maneira fará sempre parte da sua vida. Mas os dez mil euros do prémio permitiram-lhe fazer que algo que sempre quisera. Ainda para mais, numa altura particularmente difícil para artistas, em que a pandemia se faz sentir.
A vencedora da primeira edição tem também palavras a dizer a quem está entre os finalistas para esta segunda edição do New Talent. “É uma coisa que muda a vida de uma pessoa”, realça, admitindo que está “ansiosa por saber a quem vai sair a sorte grande”. Ainda assim “independentemente de ganharem ou não, continuem atrás do sonho”.
As votações para a segunda edição dos New Talent abrem a 16 de novembro. O vencedor será anunciado a 2 de dezembro. Entretanto, pode já conhecer os dez finalistas desta edição.
Ao longo das próximas semanas, a NiT vai publicar artigos maiores sobre cada um dos jovens talentos emergentes, das mais variadas áreas de lifestyle.