Os 30 graus que se sentem no Parque da Bela Vista, em Lisboa, não impediram Lucas e Ludovina Fernandes de virem ao Kalorama esta sexta-feira, 20 de junho. Na verdade, irem juntos a festivais de verão é uma tradição com há vários anos.
No ano passado também passaram cá e gostaram tanto da experiência que decidiram voltar na edição de 2025, a quarta do evento, embora não conheçam muitos dos artistas do cartaz. “O festival é para conhecermos outras bandas e tipos de música que no nosso dia a dia não ouvimos. Como gostamos de música, faz sentido ver os grupos e costumam ser uma boa surpresa”, conta à NiT a mãe de 40 anos.
Um conjunto que certamente conhece é Scissor Sisters, espetáculo para o qual Ludovina não poderia estar mais entusiasmada. “Eles são mais do meu tempo, mas o Lucas também veio conhecer. Estou a contar que encham mais o recinto do que o que está atualmente.”
A funcionária pública na área da educação confessa ter um gosto musical bastante versátil e não consegue escolher artistas favoritos. “O que gosto mesmo é de boa música”.
Por outro lado, Lucas, que tem 14 anos, consegue nomear rapidamente alguns cantores, como Bourna Boy, que viu no ano passado no Kalorama e que adorou. O adolescente veio ao festival lisboeta poucas horas depois de ter feito o exame de Matemática, para entrar no décimo ano. Os estudos, afirma, estão a correr bem, sobretudo em comparação com os anos anteriores. “Antes eu era mais problemático porque não estudava. Há uns tempos melhorei.”
Quando for adulto, gostava de ser médico veterinário — o que acha difícil por causa dos exames necessários. Outro plano passa por se tornar jogador profissional de futebol. Atualmente, joga na Academia do Sporting de Torres Vedras e diz que a sua história com o desporto é longa. Lucas começou a jogar com o pai, que o leva aos treinos, quando tinha apenas cinco anos e já representou vários clubes ao longo da carreira.
Tal como a mãe, também está com as expetativas elevadas para esta edição do Kalorama. “O Lucas tem um estilo muito próprio”, brinca Ludovina. A verdade é que, apesar de gostarem de coisas diferentes, estão sempre juntos nos festivais. “Ele acompanha-me nesta onda.”
Lucas também está sempre ao lado da mãe nos concertos das festas locais do Carregado e noutros grandes festivais de Lisboa — raramente faltam ao Rock in Rio, por exemplo. “Conseguimos ir pelo menos um dia sempre que há uma edição”, comenta o filho.
O melhor concerto que viram juntos nestes 14 anos? Bourna Boy para Lucas e, para Ludovina, o espetáculo dos Só Pra Contrariar na MEO Arena, a 3 de maio do ano passado.
“Eles vêm-me acompanhando desde a minha infância”, explica. “Mas no Rock in Rio também gostei quando fizeram um dia dos anos 90 em que vieram os UB40. Tem a ver com a minha idade”.
A tradição de irem juntos a concertos vai-se manter, seguramente, nos próximos anos. Afinal, é ali que conseguem esquecer os problemas do dia a dia, como a escola e o trabalho.
“Isto dá-nos uma ligação muito forte e criamos memórias boas. Estamos aqui e somos livres e conseguimos ser mais um para o outro. Tudo o que importa é a música.”