Na terça-feira, 6 de junho, os D.A.M.A publicaram na conta do Twitter o excerto da canção “Pensa Bem”: “Se sim tasse bem, se não tasse bem também.”
Percebendo o erro ortográfico, uma fã deixou um comentário: “*Tá-se.” O que Sofia Costa Lima não esperava era a resposta da banda, que chegou durante a madrugada.
“Olá Sofia. Em que língua? Em Português, o Pretérito Imperfeito no Subjuntivo do verbo é Estasse, abreviado ‘Tasse. #thinkbeforeyouspeak [pensa antes de falares]”
Seguidora do grupo há anos, a estudante de 22 anos sentiu que o tom era agressivo. Fez um print screen da imagem e contou a história no seu Facebook.
“Eu acho que não é mal nenhum corrigir as pessoas e, tanto no Facebook como no Twitter, disse-lhes que deveria ser “‘tá-se “. Afinal, se não fosse abreviado, seria “se sim está-se bem, se não está-se bem também”. Pelos vistos não se está bem. Eu corrigi-os porque acho importante que, tendo em conta o número de pessoas a que chegam, eles não dêem erros. Já se escreve mal o suficiente. E se uma banda pode chegar a muitas pessoas então é importante que chegue a falar bem”, escreveu, explicando ainda que o Tweet tinha sido entretanto apagado.
Na verdade, ela tinha razão. O pretérito imperfeito subjuntivo não existe (o equivalente em português chama-se pretérito imperfeito do conjuntivo) e a conjugação do verbo estar no pretérito imperfeito subjuntivo, como é referido no comentário, seria “(eu) estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem”.
À NiT, Sofia Costa Lima confessa que não estava à espera de que a história se espalhasse tão depressa, mas que considera o “desabafo” importante tendo em conta o alcance dos D.A.M.A (cujas iniciais significam Deixa-me Aclarar-te a Mente Amigo).

“Eu não fiz a publicação para mostrar que eles cometeram um erro. O objetivo foi mostrar que eles deviam ter mais cuidado com a forma como falam com as pessoas. Eu podia até não ter razão mas por acaso tinha e a resposta foi hostil e arrogante. Não senti que estivesse a atacá-los, neste caso até era bom para eles.”
Sofia Costa Lima conta que conheceu os músicos pouco depois de terem editado o primeiro álbum, “Uma Questão de Princípio”, em 2014. Na altura entrevistou-os para a “ESCS Magazine”, uma publicação da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, e passou a seguir o que faziam. Foi a concertos e chegou a vencer um passatempo que lhe deu a possibilidade de acompanhar o grupo numa viagem à Madeira. Por ali, quando passou mais tempo com eles, sempre achou que Miguel Coimbra, Miguel Cristovinho e Francisco Maria Pereira eram cordiais.
“Há fãs que dizem que eles tratam as pessoas de forma arrogante mas eu nunca tive razões de queixa depois dos concertos”, recorda.
Inicialmente, a NiT contactou a representação dos D.A.M.A, que não quis reagir ao assunto, mas entretanto no Facebook o grupo publicou uma imagem acompanhada de um pedido de desculpas: “Errar é humano e nós gostamos de ser humanos. Desculpa Camões, desculpa Sofia.”