De longo vestido vermelho, descalça como sempre, Florence Welch tomou conta do palco principal do NOS Alive como uma verdadeira força da natureza nesta quinta-feira, 7 de julho. Se há 12 anos, a última vez que passara pelo Passeio Marítimo de Algés, a artista britânica era ainda um nome emergente, agora é uma cantora amadurecida e experiente em pico de forma.
Florence + The Machine eram os grandes cabeças de cartaz num dia tórrido no NOS Alive. Depois do concerto macio de Jorja Smith, Welch e companhia trouxeram toda a sua energia e garra, puxando pelo público a cada momento, incitando-o a deixar-se levar. Ainda não tínhamos visto tanta gente a dançar este ano no festival.
O espetáculo foi arrebatador e irrepreensível, passando pelos temas do novo álbum, “Dance Fever”, mas também por canções como “Kiss With a Fist”, “What Kind Of Man”, “Cosmic Love” ou “Never Let Me Go”, entre várias outras.
Com o público em alvoroço, “Spectrum” foi um momento especial. A cantora explicou porque não interpretou aquele tema durante muito tempo, graças ao facto de a recordar da fase em que era “jovem, triste e bêbeda”. Os fãs, que adotaram a canção com grande carinho ao longo dos anos, ajudaram-na a ultrapassar a visão que tinha sobre a faixa. “Ajudaram-me a gostar dela novamente.”
Noutra altura do concerto, Florence desafiou todos a guardarem os telemóveis — apelando à verdadeira conexão entre seres humanos — para que desfrutassem atentamente de “Dog Days Are Over”, levando a multidão à apoteose, especialmente se pensarmos que vivemos todos momentos de libertação, após dois anos castrados pela pandemia.
Igualmente marcante foi a interpretação de “Dream Girl Evil”, quando Florence desceu do palco e cantou bem junto dos fãs nas primeiras filas, que deliravam com o gesto da cantora, que ali esteve sem quaisquer pressas ou reservas. Aquele é claramente o seu habitat, o local onde se sente livre e realizada.
A performance culminou com temas como “Hunger”, “Shake It Out” e “Rabbit Heart (Raise It Up)”, que mais uma vez geraram entusiasmo entre a plateia — e a banda por trás de Florence foi sempre exímia em tudo o que fez.
No final, os fãs reforçaram certamente a admiração que sentem por Florence + The Machine. O grande marco, porém, terá ficado em todos os menos conhecedores, que assistiram a uma performance sem quaisquer falhas, cheia de alma e de emoções fortes. Bem-vindos ao culto. Florence + The Machine são do melhor que a música pop — e também de cariz rock — tem para oferecer em palco.
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