A notícia apanhou todos de surpresa. O cantor Nuno Guerreiro, vocalista dos Ala dos Namorados, morreu esta quinta-feira, 17 de abril, aos 52 anos. Sem serem revelados pormenores nesse dia, sabia-se apenas que o músico tinha sido internado nos dias anterioes. A causa da morte do artista, agora revelada, terá resultado de “uma septicemia, uma infeção generalizada”, segundo informações adiantadas pelo agente, Manuel Moura dos Santos.
“Falei com o Nuno na segunda-feira, ele disse-me que não se estava a sentir bem, que estava com uma indisposição, mas que tinha marcada uma consulta em Lisboa para quarta-feira”, contou à revista “Flash!”. “Na quarta-feira, o estado dele agravou-se e foi internado de urgência no hospital de São Francisco de Xavier”, disse.
O tempo de espera pela consulta revelou-se fatal para o músico, que “acabou por falecer, de forma inesperada, na quinta-feira, pela hora de almoço”, continuou o agente.
Uma septicemia é uma inflamação que acontece quando o corpo é infetado por bactérias, fungos ou outro vírus. A resposta a esta condição pode danificar os próprios tecidos e órgãos, levando a sintomas como febre, diminuição da pressão arterial, respiração acelerada e confusão.
“Quando as infeções se instalam no nosso organismo, muitas vezes necessitamos de antibióticos, antivirais, antifúngicos ou antiparasitários para fazer frente à doença infecciosa. No entanto, por vezes o sistema imunológico não consegue controlar os organismos invasores e surge uma infeção generalizada”, pode ler-se no site da CUF.
Apesar de ainda não ter sido revelado o dia do funeral do artista, sabe-se que as cerimónias fúnebres vão ter lugar em Loulé, terra natal do cantor. A Câmara Municipal da cidade algarvia decretou ainda um dia de luto municipal pelo artista na data em que tiver lugar a despedida.
“Como expressão de uma justa homenagem a este filho de Loulé, que dignificou e elevou o concelho através da sua arte, entende o presidente da Câmara Municipal de Loulé decretar Luto Municipal no dia em que terão lugar as exéquias fúnebres de Nuno Guerreiro. Este será um momento para que toda a comunidade possa homenagear este ilustre filho de Loulé”, refere a mensagem.
A partir do momento que a notícia da sua morte chegou a público, as redes sociais encheram-se de publicações de tributo ao músico que, aos 16 anos, se mudou sozinho do Algarve para Lisboa, com o objetivo de perseguir uma das suas paixões: a dança. Manuel Luís Goucha, o maestro Rui Massena e Catarina Furtado foram alguns dos colegas e amigos que se despediram.
O percurso de Nuno Guerreiro
O músico começou a cantar quando ainda era miúdo, inspirado, como o próprio admitiu, por Amália Rodrigues. Com apenas 16 anos, mudou-se para Lisboa onde começou a estudar na Escola de Dança do Conservatório.
Apesar de ter várias canções a solo, tornou-se conhecido em todo o País em 1993, quando se juntou aos Ala dos Namorados, grupo também formado por João Gil, Manuel Paulo, João Monge e José Moz Carrapa. O artista foi descoberto pelos restantes músicos durante um concerto com Carlos Paredes, depois de terem ouvido a voz de Nuno pela primeira vez.
Em conjunto, lançaram temas que começaram a fazer parte da cultura musical nacional. Os temas “Loucos de Lisboa”, “Solta-se o Beijo”, “Caçador de Sóis” e “Fim do Mundo” continuam a acumular milhões de streams nas plataformas online.
Em 2022, já a solo, Nuno Guerreiro editou “Na Hora Certa”, que viria a ser o seu último álbum de originais. O alinhamento do disco incluiu faixas como “Na Hora Certa”, “Ser Quem Sou” e “Veneno”, uma colaboração com a cantora Maria João.
O intérprete atuou em palcos de cidades como Tóquio, Barcelona, Toronto, Paris, Macau, Milão, Epidauro, entre outros. Recentemente, cantou ao lado de Ricardo J. Martins, João Palma, Vítor Bacalhau e Vasco Moura no grupo Mau Feitio.
Leia o artigo da NiT e descubra como foi o último concerto da vida de Nuno Guerreiro, o artista que, com um sonho, mudou-se aos 16 anos para Lisboa. Saiba também um pouco mais sobre como a morte do pai assombrou o cantor até ao fim.