Música

Imperdível: CCB vai receber espetáculo com a sinfonia incompleta de Bruckner

Orquestra de Câmara Portuguesa e Jovem Orquestra Portuguesa juntam-se para interpretar a obra. Os bilhetes começam nos 12,50€.
As orquestras juntam-se de novo.

“Não é só tocar bem o instrumento. É importante desenvolver valências, tanto físicas como intelectuais, para um percurso mais completo na música”, começa por explicar Pedro Carneiro à NiT.

O maestro da Orquestra de Câmara Portuguesa e da Jovem Orquestra Portuguesa acrescenta que, na preparação para os concertos, existem até aulas de consciência corporal, que vão do hip-hop ao ioga, a tertúlias sobre temas como a competição olímpica, o mundo do trabalho ou a vida no pós-25 de Abril.

Estas atividades — abertas ao público — servem também para fomentar o encontro entre os profissionais da Orquestra de Câmara Portuguesa, que são cerca de 20, e os escolhidos para a Orquestra de Câmara Portuguesa, que nesta temporada são perto de 60. Com alguns concertos por ano em conjunto, estes dias ao género de “estágio da Seleção Nacional” — que ocorrem ao longo de menos de duas semanas do espetáculo — contam ainda com este lado inesperado de cultura geral. 

“Ainda não ensaiámos”, conta Pedro Carneiro, a menos de duas semanas do concerto marcado para as 19 horas, de 19 de janeiro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Este espetáculo vai ser dedicado à Sinfonia N.º 9 de Anton Bruckner, uma opção que “não é muito habitual ser ouvida pelo público”, até porque tem um detalhe inesperado: está incompleta. Ao final de nove anos a trabalhar nesta peça, o compositor austríaco morreu enquanto a escrevia, em 1896, deixando o último movimento em aberto.

“Bruckner era uma estrela de rock. Chegou a tocar para 70 mil pessoas em Londres. Esta sinfonia, ao contrário das outras que dedicou à família real — como era habitual naquela época na Áustria —, foi dedicada a Deus. Tem uma mensagem de paz e união”, explica o maestro que vai conduzir precisamente este concerto no CCB

Antes do grande espetáculo, pelas 17 horas, os maiores fãs de música clássica podem juntar-se ao maestro Pedro Carneiro e a Cesário Costa, também maestro e programador de Música Erudita do CCB, para descobrirem ainda mais pormenores sobre esta peça, o seu compositor e as respetivas orquestras.

A Orquestra de Câmara Portuguesa é uma plataforma criada em 2007, para “profissionalizar novos talentos e elevar a música erudita na cultura portuguesa”, segundo os fundadores. Mais tarde, surgiu a Jovem Orquestra Portuguesa, para a qual são selecionados todos os anos talentos emergentes  de todo o País. 

“Fazemos audições e selecionamos os melhores entre 400 jovens. Temos músicos de 15 anos a tocar com músicos de mais de 60 [da Orquestra da Câmara Portuguesa]. E há uma forte mobilidade europeia entre as orquestras, por isso temos também jovens músicos internacionais. Este ano, por exemplo, contamos com um romeno e um espanhol no grupo”, conta Pedro Carneiro.

O maestro português salienta ainda a excelência da formação em música clássica em Portugal, considerando-a das de “mais alto nível na Europa”. O problema está, defende, na falta de oportunidades reais nesta área. “Os músicos acabam todos por emigrar. O nosso objetivo é exatamente criar a possibilidade de a decisão de ficar ou partir ser uma escolha e não uma necessidade”.

As duas orquestras já se juntaram noutras ocasiões para realizarem concertos verdadeiramente épicos, como aconteceu com as celebrações de “A Sagração da Primavera”, “Sinfonia Heróica” e a “Sinfonia N.º 9 de Gustav Mahler”, em várias salas do País.

Os bilhetes para o novo espetáculo já estão disponíveis no site do CCB, com preços que variam entre os 12,50€ e os 25€

Áudio deste artigo

Este artigo foi escrito em parceria com a Orquestra de Câmara Portuguesa.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Praça do Império, 1449-003 Lisboa
    1449-003 Lisboa
  • HORÁRIO
  • De terça-feira a domingo, das 10 às 19 horas
  • Encerrados às segundas-feiras

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT