Música

A impressionante cantora egípcia que cantou o hino na vitória eleitoral de Macron

Farrah El Dibany interpretou “La Marseillaise”, o hino francês, no domingo. O presidente foi reeleito, batendo Marine Le Pen.
A cantora tem 33 anos.

No domingo, 24 de abril, Emmanuel Macron foi reeleito presidente de França com 58,5 por cento dos votos — batendo a adversária Marine Le Pen. Houve um momento em particular que se destacou nas celebrações da vitória: a interpretação de “La Marseillaise”, o hino nacional, por Farrah El Dibany.

A performance da cantora egípcia radicada em França teve um simbolismo particularmente relevante uma vez que Marine Le Pen tem sido, ao longo dos anos, uma voz ativa contra a imigração e os valores de inclusão e integração. 

No final da atuação, Emmanuel Macron cumprimentou Farrah El Dibany — que se destacou no palco com um vestido vermelho — com um beijo na mão. O presidente e a primeira-dama assistiram ao momento a partir do palco. A mezzo-soprano cantou o hino tendo a icónica Torre Eiffel, em Paris, como pano de fundo. 

Farrah El Dibany nasceu em 1989 em Alexandria, no Egito. Começou a cantar há bastante tempo. Cresceu habituada à ópera e à canção francesa — Charles Aznavour era uma referência. Em 2005, quando ainda era adolescente, juntou-se ao centro de artes da emblemática biblioteca de Alexandria, já para cantar ópera. 

Em 2010, mudou-se para Berlim, a capital alemã, para estudar na escola de música Hanns Eisler. Seis anos depois, em setembro de 2016, tornou-se a primeira cantora árabe de ópera a entrar na academia da ópera de Paris. Tem vivido na capital francesa desde então.

Em 2019, conquistou o prestigiado prémio Prix Lyrique de l’Arop — ficou consagrada como a melhor cantora feminina da ópera de Paris.

Mesmo antes do início da pandemia, em março de 2020, fez um espetáculo marcante na ópera do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Depois, vieram as dificuldades. “A ópera é difícil neste momento. Não é normal para nós, cantores de ópera, fazer isto virtualmente. Nós cantamos ao vivo”, disse na altura à edição arábica da revista “Vogue”.

E acrescentou: “Quero usar a minha arte — seja qual for — para me conectar com as pessoas. Quero que as pessoas adorem a ópera e que a vejam, ou oiçam, de uma perspetiva diferente”.

No início deste mês de abril, Farrah El Dibany foi agraciada como cavaleira pela Ordem das Artes e das Letras de França, que reconhece desta forma as personalidades que fazem contribuições significativas para o país no campo da cultura e das artes. A artista é fluente em árabe, francês, italiano, inglês e alemão.

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