Música

Julio Iglesias Jr.: “O meu pai só diz coisas boas sobre Portugal”

Na semana em que dá um concerto em Cascais, o filho de Julio Iglesias falou com a NiT sobre a vida da família no nosso País.
Ainda há bilhetes.

Julio Iglesias Jr. já cantou um pouco de todos os estilos musicais, do pop ao rock, mas foi nas canções do próprio pai que encontrou a sua vocação. O artista de 52 anos vai partir numa nova digressão internacional e o primeiro espetáculo decorre já a 4 de abril no Casino Estoril. Durante o concerto da “Julio Iglesias Experience”, vai reinterpretar os temas do progenitor, um dos artistas mais populares da história da música latina.

Ao longo de mais de uma hora, os espectadores vão ouvir os temas que fizeram parte das suas infâncias e, acima de tudo, “vão ver o Julio Jr, a cantar, a partir do coração, os temas que ouviu a vida inteira e que lhe trazem muita felicidade”, conta à NiT. “Vai ser um espetáculo bonito com músicos incríveis e uma atmosfera ainda melhor.”

Esta não vai ser a primeira apresentação do também modelo e ator no País. Na verdade, a sua história com Portugal é vasta e começou em 1999, altura em que andou a promover “Under My Eyes”, o seu primeiro disco em inglês. Em 2015, fez uma participação surpresa no concerto esgotado do pai na MEO Arena.

Andar em digressão com Julio Iglesias sempre fez parte da vida do cantor. Afinal, cresceu a vê-lo em palco, “enquanto ouvia estas canções incríveis” que, agora, tem a “sorte de interpretar”. “Sempre admirei o que o meu pai fazia pelo mundo todo”.

Embora tenha construído uma carreira própria, com álbuns que exploram vários géneros, desde o pop ao estilo romântico, agora dedica-se a honrar o legado musical de Julio Iglesias, um desejo que surgiu durante um espetáculo privado em Moscovo. “Esse concerto surgiu numa altura da minha vida em que algo se ligou na minha cabeça e que me fez perceber que era isso que queria fazer agora. Na primeira vez que o fiz, senti-me extremamente confortável e agora sinto que é a minha casa.”

Os bilhetes para o concerto, que podem ser adquiridos online e nos locais habituais, ainda estão à venda. Custam entre 30€ e 80€.

Leia agora a entrevista da NiT a Julio Iglesias Jr., onde também fala sobre a sua história e amor por País.

Como é que o seu pai influenciou o seu estilo musical e a sua carreira?
Eu cresci a ir em digressão com o meu pai, a viajar e a vê-lo no palco enquanto ouvia estas canções incríveis que agora tenho a sorte de interpretar pelo mundo. Foi uma infância incrível. Quando me perguntam quando é que comecei a cantar ou quando é que quis ser músico, eu digo que a minha carreira começou quando era muito novo, quando estava a crescer e o via no palco. Sempre admirei o que o meu pai fazia pelo mundo todo. É por isso que agora interpreto muitas das canções dele. Isso é algo que sempre amei fazer.

Sente que estava destinado a ser músico?
Acho que sim. Não sabemos se conseguimos cantar até entrarmos num estúdio e até encontrarmos a nossa voz. É um processo. Se cresceres nesse meio e se for algo que gostas, acaba por se tornar numa grande parte da tua vida. É assim que acabamos a fazer algo que amamos.

Qual foi a lição mais valiosa que aprendeu com o seu pai?
Ele tem-me ensinado desde que eu era muito novo. O facto de ter viajado com ele, ter visto de perto o mundo da música, vê-lo no palco e ver as pessoas trabalharem à volta dele fez com que aprendesse muito. Isso tornou-me na pessoa que sou atualmente.

Ele deu-lhe algum conselho que segue até hoje?
Quando estávamos a crescer, ele pensava que eu e o Enrique íamos ser advogados, mas é inacreditável como os genes nos puxam para aquilo que crescemos a ouvir. O conselho dele foi para eu continuar a fazer aquilo que gosto, ser bondoso, genuíno e rodear-me de boas pessoas.

Quando pensa nas canções do seu pai, tem alguma favorita?
Há tantas canções, meu amigo. As mais antigas, como a “Nathalie”, têm um lugar importante no meu coração. Foi com essas que eu cresci e eram as que ouvia quando tinha cinco, seis, sete, oito, nove, dez anos. A “Manuela” também. Todas estas canções são fantásticas. Alguns podem dizer que apenas estou a interpretá-las porque sou o filho dele, mas quando as canto, o sentimento vem sempre do meu coração. Eu gosto genuinamente de interpretar estas faixas.

Como é que foi a transição de ser o filho de um artista conhecido mundialmente, para construir a sua própria carreira?
Eu amo as canções do meu pai e agora que tenho 52 anos, percebo isso ainda melhor. Muitas delas são também a “Careless Whisper”, “When I Need you”, “Can’t Help Falling in Love”. Muitos artistas interpretam-nas, mas, ao mesmo tempo, tenho a oportunidade de apresentar as canções em espanhol que o meu pai escreveu. Nunca me vou esquecer a primeira vez que interpretei um dos temas do meu pai. Estava no leste da Europa a fazer um espetáculo com uns amigos e perguntaram-me se podia cantar a “Crazy”. O meu pianista começou a tocar e eu senti-me muito confortável e verdadeiro. Foi aí que comecei a perceber que queria começar a apresentar as canções com que cresci, mas no meu estilo. Também é um desafio porque as pessoas conhecem a voz do meu pai e estão habituados a ela, mas agora é o Julio Jr. que as interpreta. É um desafio muito grande, mas eu aceito-o. Até o meu pai me disse que eu sou a melhor pessoa para o fazer porque cresci a ouvi-las.

Lembra-se quando foi esse concerto em que interpretou uma canção do seu pai pela primeira vez?
Com certeza. Foi em 2011. Eu estava em Moscovo, na Rússia, a fazer um espetáculo privado. Lembro-me até hoje.

Sente que há alguma razão para ter demorado tanto tempo a interpretar uma canção do seu pai pela primeira vez?
Isso é, realmente, uma ótima pergunta. Na verdade, não há nenhuma razão em particular. O meu primeiro álbum foi em inglês e o meu segundo foi em espanhol. Eu escrevi todas as canções. Também sou compositor. Acho que esse concerto surgiu numa altura da minha vida em que algo se ligou na minha cabeça e que me fez perceber que era isso que queria fazer agora. Na primeira vez que o fiz, senti-me extremamente confortável e agora sinto que é a minha casa.

Tal como acabou de mencionar, tem canções em inglês e também em espanhol. Em que idioma é que prefere cantar?
Gosto de ambos. Cresci em Madrid, mas quando tinha 10 anos mudei-me para os Estados Unidos e isso fez com que me tornasse bilingue. Gosto muito de cantar em espanhol, mas também gosto muito de cantar em inglês.

Lembra-se também do momento em que decidiu que queria ter uma carreira na indústria musical?
Deve ter sido em 1997 quando fui para o estúdio pela primeira vez. Nesse momento, percebi que gostava disto e que era algo que me fazia feliz.

Muitas pessoas têm uma ligação muito forte com a música do seu pai. Sente uma certa responsabilidade quando interpreta os temas dele?
Sem dúvida alguma. Sinto uma enorme responsabilidade sempre que interpreto uma canção dele, mas canto sempre com muita paixão. Isto é algo que me traz muita felicidade. Sinto responsabilidade, mas também sinto muita satisfação.

O que é que faz para ficar menos nervoso antes dos concertos?
Gosto de descontrair antes, mas nunca me sinto nervoso. Sinto-me sempre bastante entusiasmado.

Como é que se sente com o facto de a música do seu pai ser tão especial para as diferentes gerações?
Amo. Quando estou a cantar e vejo as reações das pessoas a certas canções, fico emocionado. É bom ver as pessoas recordarem-se desses momentos das suas vidas. Quando as interpreto, sinto-me igual e lembro-me dos momentos em que as ouvi na voz do meu pai quando ele atuava em grandes estádios.

Isso reflete-se no facto de nos seus concertos haver pessoas de diferentes idades.
Exato.

O que é que o Julio quer que o público sinta quando interpreta estas canções que lhes são tão queridas?
Quero que as pessoas se lembrem do dia em que ouviram estas canções pela primeira vez há muitos anos. Adoro quando me dizem que as consegui levar de volta para a infância ou para um bom momento nas suas vidas. Gosto que fiquem felizes por estarem a ouvir estes temas novamente.

Quer que o concerto seja uma viagem no tempo para épocas em que as pessoas foram felizes.
Sem dúvida.

Tal como o seu pai, sente que tem uma ligação forte com Portugal?
Já vim aqui muitas vezes. Estive aqui em 1999 quando andava a fazer promoção ao meu primeiro disco em inglês. Voltei em 2000 e 2006 para fazer mais promoção. Também regressei em 2014 para gravar o videoclipe de “La Camisa Negra” com a banda e no ano seguinte para dar um espetáculo com o meu pai na MEO Arena. Em 2019 também dei alguns concertos por cá. Já tenho esse vínculo, mas quero que a minha ligação com Portugal seja ainda mais forte.

Tem alguma memória especial com Portugal?
Portugal é um dos primeiros lugares em que promovi o meu álbum, em 1999. Viajei dos Estados Unidos e aterrei em Madrid para depois vir diretamente para cá. Adoro Lisboa. Acho-a linda e adoro tudo no País. Gosto da comida, das pessoas e até tenho alguns amigos cá. É incrível.

Por falar em comida, tem algum prato favorito?
O peixe aqui é fantástico e isso para mim é muito bom porque não como carne. Adoro a atmosfera e tenho memórias muito boas.

O que é que os fãs podem esperar do seu concerto no Casino Estoril?
Vão ouvir aquelas canções que ouviam quando eram mais novos e vão ver o Julio Jr. a cantar, a partir do coração, os temas que ouviu a vida inteira e que lhe trazem muita felicidade. Vai ser um espetáculo bonito com músicos incríveis e uma atmosfera ainda melhor.

Como é que se sente por estar prestes a atuar novamente em Portugal?
Estou muito entusiasmado e mal posso esperar. Sei que o meu pai já atuou aqui várias vezes e ele só diz coisas boas sobre Portugal.

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