A Fundação Calouste Gulbenkian vai ser palco de muita música e animação. De 1 a 10 de agosto, o Jazz em Agosto promete encher as várias salas de espetáculo com um total de 14 concertos.
Os MOPCUT, trio de Audrey Chen, Julien Desprez e Lukas König, são o grande destaque do evento. Apresentam-se na companhia da ativista e vocalista Moor Mother e do rapper Dälek para uma grande estreia mundial, a 6 de agosto. No palco lisboeta, vão apresentar o novo álbum “_RYOK_”, com data de lançamento marcada para 2 de maio, e que traz uma “sonoridade indomada pontuada pela declamação e pelo hip-hop mais experimental”.
O projeto Spectral Evolution, de Rafael Toral, é outro dos destaques da semana. Os sons eletrónicos fundem-se com os sons da natureza, que levam o músico a comparar esta composição sonora a “um jardim tomado por flores silvestres”.
A vasta programação arranca com uma série de seis concertos que pretendem “redescobrir a arte da música em trio”, refere a organização. O Heart Trio, composto por William Parker, Cooper-Moore e Hamid Drake, abre o primeiro dia e vai “revisitar as músicas ancestrais africanas e asiáticas”.
Já no segundo dia, o trio da pianista Kris Davis, com Rubert Hurst e Jonathan Blake, homenageia as seis mulheres pianistas que marcaram o percurso da artista. O disco “Run the Gauntlet”, de 2024, é uma ode a Geri Allen, Carla Bley, Marilyn Crispell, Angelica Sanchez, Sylvie Courvoisier e Renee Rosnes.
“Sopros” é o título do álbum de estreia do contrabaixista João Próspero, um lançamento de 2024, cuja inspiração remete para a obra literária do escritor japonês Haruki Murakami. No dia 5, atua com o seu quarteto, constituído por Joaquim Festas, Miguel Meirinho e Gonçalo Ribeiro. O repertório, que procura “criar narrativas inquietantes e enigmáticas”, é o equilíbrio entre “a poesia e a tensão, o mistério e o dramatismo, a obsessão e a estranheza”.
O pianista Pat Thomas, presença assídua nas últimas edições do festival, traz até Lisboa a contemporaneidade de Londres. Esta formação, composta por Thomas, Seymour Wright (Ahmed), Crystabel Riley, Edward George (fundador do Black Audio Film Collective), Paul Abbott e Billy Steiger, junta “fragmentos vindos dos mais variados lugares, num aparente caos, capazes de conviver numa fascinante harmonia”.
O festival encerra com a “cena jazzística nova-iorquina”. Patricia Brennan, uma das escolhas unânimes nas listas de melhores álbuns de 2024, reúne à sua volta um septeto. Traz uma “explosão de inventividade, cruzando o jazz-noir digno de Bernard Herrmann, vestígios de Mingus e uma marca de abstração”.
Os bilhetes para os concertos no Anfiteatro variam entre os 12€ e os 20€. No Grande Auditório vão desde os 10€ até aos 15€ e no Auditório 2 custam 10€. Também estão disponíveis dois passes: o da tarde, com quatro concertos, a 30€ e o da noite, com 10 concertos, a 110€. Pode adquiri-los fisicamente na Fundação Calouste Gulbenkian ou no site oficial.