Música

Loreen, a ativista política que fez história ao vencer duas vezes a Eurovisão

Depois de vencer o concurso europeu em 2012, a cantora sueca voltou a triunfar com o tema “Tattoo”.
Venceu com 582 pontos.

A artista sueca Loreen foi a grande vencedora da 67.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, que aconteceu este sábado, 13 de maio, em Liverpool, no Reino Unido. Com o tema “Tattoo”, conquistou a Europa, conseguiu arrecadar 583 votos e ainda fez história no festival: tornou-se a primeira mulher a vencer duas vezes o concurso. Mas, afinal, quem é esta artista sueca que subiu ao palco com longos cabelos e unhas afiadas?

Esta não foi a primeira vez que Loreen participou no Festival Eurovisão. Aliás, a sueca filha de pais marroquinos já tinha conquistado o concurso em 2012, quando se apresentou com a faixa “Euphoria”, escrita por Thomas G:son e Peter Boström. Desde então que se tem mantido no radar do festival. 

Atuou na final da Eurovisão em 2016, que aconteceu em Estocolmo, a capital do seu país. E foi uma das artistas convidadas a participar no filme da Netflix “Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga” (2020), protagonizado por Will Ferrell e Rachel McAdams.

Loreen nasceu em Estocolmo e foi criada numa família muçulmana libertal. Tornou-se conhecida no seu país quando participou na edição local de “Ídolos”, em 2004. Não venceu, mas conseguiu assegurar o quarto lugar e a sua carreira descolou. No ano seguinte apresentou o seu single de estreia, “The Snake”, uma colaboração com a banda Rob’n’Raz. Além disso, iniciou-se enquanto apresentadora de televisão, tendo feito depois trabalhos enquanto produtora e realizadora de vários programas.

Em 2011, concorreu pela primeira vez ao Melodifestivalen, o equivalente sueco ao nosso Festival da Canção. Embora não tenha conseguido ganhar o concurso, o seu tema “My Heart Is Refusing Me” tornou-se um hit nacional. Loreen tentou novamente a sua sorte logo no ano seguinte. Foi quando se apresentou com “Euphoria”, o tema que de facto não só ganharia o Melodifestivalen como a própria Eurovisão.

“Euphoria” revelou-se um êxito internacional e chegou mesmo a ser o tema da Eurovisão não-britânico a ter mais sucesso no Reino Unido desde 1987. Nesse ano, apresentou o seu disco de estreia, “Heal”, e continuou a firmar o seu legado. Foi convidada a fazer atuações em programas de televisão polacos, neerlandeses ou romenos. Na abertura da Eurovisão de 2013, atuou novamente no grande palco, para apresentar o single “We Got The Power”.

O ativismo político de Loreen

Loreen tem usado a sua voz e posição para promover encontros com ativistas políticos nos diversos países por onde passou. Por exemplo, aquando da Eurovisão de 2012, encontrou-se com ativistas pelos direitos humanos em Baku, a capital do Azerbaijão. O encontro foi criticado pelas autoridades do país, mas isso não demoveu Loreen de levar adiante as suas convicções. “Os direitos humanos são violados no Azerbaijão todos os dias. Não se deve ficar calado”, disse na altura aos repórteres.

O mesmo aconteceu na Bielorrússia, também em 2012, quando a cantora se encontrou com a mulher de um prisioneiro político e ativistas locais que lutam pelos direitos humanos. À imprensa sueca, declarou mais tarde que estava consciente dos perigos que correu e sabia que poderia ter sido impedida de embarcar no voo de regresso a casa, ainda assim, optou por marcar a sua oposição ao regime político. No ano seguinte, viajou para o Afeganistão enquanto embaixadora representante do seu país, numa viagem promovida pelo ministério dos negócios estrangeiros sueco.

Em paralelo, Loreen foi-se afirmando como uma artista de renome internacional, tendo começado a fazer digressões europeias em 2014. Acabaria por concorrer novamente ao Melodifestivalen em 2017, porém, nem conseguiu chegar à final. Nesse ano apresentou o EP “Nude” e o segundo álbum, “Ride”.

Agora, voltou a conquistar a Eurovisão, mas a sua participação não esteve isenta de polémica. “Tattoo”, o tema que venceu o concurso, foi comparado nas redes sociais à canção “Flying Free”, êxito da música eletrónica dos anos 90. Muitos dizem mesmo que se trata de um caso de plágio.

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