Música

Marisa Liz: “Os espetáculos nos Coliseus vão ser uma montanha-russa de emoções”

A artista lançou esta sexta-feira, 26 de janeiro, o seu novo EP — semanas antes de atuar a solo em Lisboa e no Porto.
Tem quatro canções.

Marisa Liz editou esta sexta-feira, 26 de janeiro, um EP “muito intimista”. “Mensagens de Amor”, assim se chama, conta com quatro canções da artista e algumas colaborações surpreendentes. 

O disco é composto por três versões próprias de alguns temas que já conhecemos, e um original (chamado “Por Amor”). Para a criação do projeto, a cantora regressou à sua adolescência e reinterpretou alguns êxitos que fizeram parte da sua vida.

É o caso de “Um Dia de Domingo”, interpretada ao lado de António Zambujo, uma colaboração que, para Marisa, fazia todo o sentido — afinal, são amigos de longa data. O hit foi originalmente cantado por Gal Gosta e Tim Maia. “Mensagens de Amor” conta ainda com “Asas”, dos GNR.

O projeto também foi um vislumbre dos concertos a solo que vai dar no Coliseu de Lisboa e do Porto a 10 e 24 de fevereiro, respetivamente. Vão ser espetáculos “em que a música se vai aliar a tudo o resto que nós somos. Também será uma montanha-russa de emoções e, claro, de ‘Mensagens de Amor'”, conta à NiT. Leia A entrevista com Marisa Liz.

Quando é que surgiu a ideia para fazer este EP?
Essa é a pior pergunta que me podes fazer, porque eu não tenho noção nenhuma de tempo, nunca (risos). A ideia surgiu já há uns meses, de vontade que tinha de querer cantar música nova e de músicas que comecei a ouvir novamente e que sempre fizeram sentido para mim, mas que nunca tinha dito: olha, vou cantar isto. E desta vez, a questão é começar a cantar mensagens de amor, de músicas, algumas delas, que marcaram de uma forma, ou de outra, algumas alturas emocionais da minha vida, ou da minha infância, ou da minha adolescência, e todas com amor diferente. Uma pergunta porque é que o amor não corre bem, outra fala de amor-próprio, como o caso da original “Por Amor”. Tem quatro canções que eu quis cantar e produzir, com muita ajuda, obviamente, porque isso me faz feliz.

Há alguma influência musical que esteja mais presente neste EP?
Neste EP tenho um lado bem mais acústico e intimista. No caso do “Nada Mais” tenho ali umas cordas no final a fazer um apontamento acústico. Tenho a música com o Zambujo, que também é mais acústica, com banda, sim, mas tudo com instrumentos acústicos. Eu geralmente vou sempre para a eletrónica e para coisas com mais peso. Peso diferente, não quero dizer que isto não tenha peso. E depois no “Por Amor” e no “Asas”, fui para sons que eu gosto muito de utilizar, sons mais dos anos 80.

No “Asas” tenho uma colaboração com o Moullinex. Este é um tema dos GNR que eu adoro. Sou mega fã de todos eles. Adoro a composição, as letras, a malta. O “Asas” tem uma letra bastante inspiradora, pelo menos para mim. Quando cheguei ao final imaginei o Moullinex a fazer a magia dele. Ele criou toda uma coisa nova. Estou muito feliz. Dentro destes quatro temas há vários estilos diferentes.

Este EP inclui contribuições de António Zambujo e Moullinex. Como escolhe as colaborações?
É emocional e musical. Há sempre esta junção. É muito difícil pensar em alguém para cantar de comigo antes de fazer um tema. Quando faço o convite, maior parte das vezes já há uma canção em cima da mesa. Quando eu imaginei a “Um Dia de Domingo”, a primeira pessoa que me veio à cabeça foi o Zambujo, devido à voz dele e de como ele a iria interpretar. Além disso, damo-nos muito bem. Tudo isso é importante para mim. Também me tornei grande amiga do Moullinex, que produziu o disco comigo. Tenho uma admiração pelas pessoas que convido e fico sempre grata por aceitarem.

Quando falamos de “Mensagens de Amor”, estas mensagens são exatamente para quem? Porque o amor pode ser um sentimento muito global.
Em primeiro lugar, são para mim, tal como toda a música que eu canto. Estas mensagens de amor também podem ser para nós, porque são de amor-próprio, podem ser para amigos. As canções não têm limites, e vai depender da interpretação que cada pessoa faz e aquilo que sente ao ouvir os instrumentos. Podemos retirar coisas diferentes da mesma canção. Não têm que ser de amizade ou de amor romântico. São para quem as quiser receber e não têm uma pessoa definida.

No fundo, são para quem estiver recetivo.
Certo. A receber, a partilhar a mensagem. Pelo menos eu. Eu tenho uma ligação com a música, e para mim a música tem ligação às pessoas e as pessoas estão ligadas à música. Portanto, se nós gostámos de alguma canção e pensámos em alguém enquanto a ouvíamos, devíamos partilhar. Antigamente a malta mandava cassetes e fazia toda uma cena com os temas que gostávamos. Estas canções são dessa altura.

Como escolheu “Um Dia de Domingo” para primeiro vislumbre do EP?
Foi a primeira canção que surgiu. Foi nessa que comecei a trabalhar. Mandei logo mensagem ao Zambujo e ele disse-me que sim. O entusiasmo fez com que essa fosse a primeira a ser trabalhada. Decidi ir por aí.

Também me disse que o EP tem alguns covers de artistas que a Marisa gosta e respeita. Sente que isto trouxe uma grande responsabilidade quando as interpretava?
Acho que traz sempre, mas isso foi um dos exercícios que fui feito ao longo da minha vida, desde a minha adolescência. Em todas as bandas que tive, como Dona Maria e Amor Electro, sempre fizemos muitas versões. E não eram covers, eram mesmo versões. Era pegar numa canção e desconstruí-la sem perder a sua essência. Isto é um dos exercícios que considero mais prazerosos Depois olho para a letra, ouço a melodia e tento imaginar como seria se nunca a tivesse ouvido. Penso em como sairia do meu coração.

Há sempre a responsabilidade de fazer uma coisa muito positiva. Tudo aqui tem muita dedicação e muito respeito. Espero que os autores gostem e que a malta também goste desta nova visão.

O que podemos esperar das atuações nos Coliseus?
Podem esperar de tudo. Andamos a trabalhar arduamente para que tudo corra bem, mas com muito gosto. Vão ser duas noites inéditas e haverá muitas surpresas que não quero revelar já. Mas vai ser um concerto em que a música se vai aliar a tudo o resto que nós somos. Os espetáculos nos Coliseus vão ser uma montanha-russa de emoções e, claro, de mensagens de amor.

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