Música

Música nova dos Ornatos Violeta? “Não está completamente fora do horizonte”

A NiT falou com a banda antes do concerto no MEO Kalorama. O grupo já tem anunciados mais espetáculos, em salas intimistas.
Os Ornatos Violeta no Palco MEO.

Os Ornatos Violeta atuaram este sábado, 3 de setembro, no palco principal do MEO Kalorama. Pouco antes de subirem a palco, Manel Cruz, Elísio Donas, Peixe e Kinörm falaram com a NiT e outros órgãos de comunicação social.

Falaram sobre as próximas atuações, que os vão fazer regressar ao início dos anos 2000, quando atuavam em salas mais intimistas e pequenas. A 5 de novembro tocam no Teatro Aveirense; no dia 26 do mesmo mês atuam no Teatro das Figuras, em Faro. Leia a entrevista.

Este sábado tocam em Lisboa, têm também concertos marcados para Aveiro e Faro. Planeiam continuar a atuar por este País fora?
Peixe: Sim, na realidade não era suposto fazermos concertos. Há dois anos não estávamos a contar com isso. Mas houve um convite que nos surpreendeu um bocado, para um festival no Porto que é o North Music Festival, que por força da pandemia foi adiado para maio deste ano. Entretanto surgiu o convite para o Kalorama que decidimos aceitar também. E uma vez que voltámos aos ensaios, nos reunimos e temos outra vez o reportório na mão, decidimos que se calhar era fixe fazer concertos num registo completamente diferente. Então vamos fazer pelo menos duas datas em pequenos auditórios: no Teatro Aveirense a 5 de novembro…

Elísio Donas: E no Teatro das Figuras, em Faro, a 26 de novembro. 

Peixe: Mas num registo intimista, com pessoas sentadas, completamente diferente. É uma coisa que já não fazemos… Vai ser assim a primeira vez desde a Aula Magna.

Manel Cruz: A ideia era reviver esse tipo de formato mais próximo, para celebrar a nostalgia desses tempos em que tocávamos em sítios mais intimistas.

Mas estão a pensar em marcar mais datas nesse registo?
Kinörm: Nós não pensamos muito, essas coisas que aconteceram até agora… nós não pensamos muito nelas. Os convites vão chegando e nós vamos vendo, se é possível ou não. 

Peixe: Existe essa vontade de regressarmos a pequenas salas, algo que não fazemos desde 2002 ou 2001. 

Como foi pensar no alinhamento para este concerto no MEO Kalorama, tendo em conta todos os vossos êxitos?
Kinörm: Foi uma escolha muito espontânea. Fomos tocando e até nos surpreendemos porque chegámos ao fim do alinhamento e reparámos que tínhamos aquilo. Construiu-se de alguma maneira, muito espontaneamente, e tem sido sempre assim. 

Peixe: Não foi muito fácil chegar a um consenso, porque só vamos tocar uma hora. Então tivemos de fazer vários ensaios cronometrados [risos]. Então tivemos de tirar uma música, depois outra. Aliás, nem sei se isso já está decidido [risos].

Manel Cruz: Já se tirou mais outra à hora de almoço.

Peixe: Mas nós gostamos de todas, por isso é na boa.

Também gostam de tocar neste formato de festivais? Ou sentem a vontade de voltar a um registo intimista, daí as novas datas?
Elísio Donas: Temos saudades dos concertos intimistas e vamos vivê-los agora. Temos saudades do que nos lembramos daquela altura, que vivíamos nesse tipo de espaços. Vai ser surpreendente porque há muitos anos que não tocávamos num sítio assim. Vai ser um alinhamento diferente, especial, e feito de propósito para esse tipo de sítios e público. Há coisas que se calhar já não estamos à espera que aconteçam e que vão acontecer num ambiente de pessoas que estão mesmo só para nos ouvir. E que estão lá para partilharem connosco um momento mais longo do que um festival. Gosto muito de festivais, mas não é o nosso público, é o público das bandas todas. É diferente. E acho que estas datas vão ser bonitas.

Manel Cruz: Os lugares todos têm encantos diferentes. Não podes comparar o que sentes num bar com um festival… Lembro-me de tocar num festival para 65 mil pessoas e depois, no dia a seguir, para 65 numa feira do fumeiro. Mas acabei a beber medronhos e a noite também foi altamente. É diferente.

Ao longo dos últimos anos, desde que se reuniram para uma série de concertos, que têm feito esporadicamente, já equacionaram trabalhar em música nova?
Kinörm: Já equacionámos, já estivemos no recreio a brincar com as coisas, para já ainda nenhuma tomou a forma com que nós estivéssemos minimamente satisfeitos… Portanto, não é uma questão. Embora, naturalmente, como somos músicos… Temos saudades de tocar uns com os outros e isso acontece espontaneamente. Mas às vezes não acontece. Não é uma coisa com a qual nos sintamos muito comprometidos. 

Peixe: Às vezes nos tempos mais lúdicos em que nos damos à parvoeira, à brincadeira e à experimentação, também surgem momentos para criar e experimentar coisas. Não é algo que esteja completamente fora do horizonte.

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