Nesta quarta edição do Kalorama, o palco principal nunca tinha estado tão cheio apesar de não estar nenhum concerto a decorrer. Pessoas de todas as idades juntaram-se no recinto do festival do Parque da Bela Vista este sábado, 21 de junho, para assistir, com as expetativas elevadas, ao que acabou por ser um espetáculo grandioso de Damiano David.
O alinhamento arrancou com “The First Time”, o que deixou logo claro que seria um espetáculo marcado pela energia da música pop, mas com alma de rock, dois géneros que caracterizam o cantor mais conhecido por ter sido vocalista dos Måneskin, a banda italiana que venceu o Festival da Eurovisão em 2021.
Ao som de um instrumental tempestuoso, o artista de 25 anos surgiu em palco com uma T-shirt branca e calças pretas brilhantes. “Olá, Portugal. Quero ver as vossas mão em cima” — e foi isso mesmo que aconteceu quando o público começou a bater palmas em uníssono.
Ao longo do espetáculo, pudemos perceber que o que ouvimos no álbum é aquilo que nos é apresentado ao vivo: uma voz forte, afinada, ligeiramente rouca e com um timbre único — e que de há quatro anos para cá tem conquistado milhões de fãs, quer Damiano esteja no grupo ou numa carreira a solo.
O concerto também ficou marcado pelo flirt constante entre artista e público. Em “Tango”, por exemplo, não faltaram movimentos de ancas sensuais e piscares de olho aos fãs que estavam nas primeiras filas — e que lhe responderam com gritos e assobios.
Os ânimos estiveram sempre eufóricos graças às faixas que eram interpretadas umas atrás das outras. No entanto, também houve momentos para conversas com o Kalorama e foram esses que se tornaram o destaque da passagem de Damiano pelo festival.
Durante a primeira (e breve) pausa, o cantor italiano disse que não sabia falar português, mas, depois, surpreendeu toda a gente quando começou a cantar o refrão de “Deslocado”, dos NAPA. “É uma canção incrível e devia ter vencido a Eurovisão, mas depois de Itália, claro”.
“Mars”, a faixa que se seguiu, foi dedicada a “todos os apaixonados” que estavam a ver o concerto. Para o Kalorama, optou por uma versão diferente da canção, incluindo um instrumental mais rock na produção — um estilo musical que claramente permanece no seu coração.
Chegou depois a vez de “Nothing Breaks Like a Heart”, um cover de um single de Miley Cyrus, que fez com que todos os espectadores tirassem o pé do chão. “Estou muito feliz por estar aqui. O sul da Europa tem os melhores públicos”.
Damiano David também falou sobre a questão que paira sobre a cabeça de muitos dos seus seguidores: a passam do rock para a pop. “Estão-me a chatear porque não faço rock suficiente. Como já viram, gosto de fazer covers e escolhi esta porque é um lembrete de que posso fazer o que quiser e decido o tipo de música que quero fazer. Quem não gosta, pode-me chupá-la”, disse o artista carismático e magnético antes de interpretar “Too Sweet”, de Hozier
Já na reta final, surgiu um dos momentos mais aguardados: O cantor tirou a camisola. “Nunca acabo um concerto sem tirar a parte de cima”. Apareceu, segundos depois, com uma T-shirt da Seleção Nacional — que vestiu depois de gritar o icónico “Siiiii”, de Cristiano Ronaldo.
Após um frenesim constante que se prolongou por cerca de uma hora, a despedida deu-se ao som da balada “Solitude”, para que os fãs pudessem sair felizes do espetáculo, mas com lágrimas nos olhos. “Amo-te, Lisboa”, disse na despedida.
Carregue na galeria para ver fotografias da passagem do furacão Damiano pelo Kalorama.