Sean “Diddy” Combs foi detido a 16 de setembro, em Manhattan, nos Estados Unidos, por tráfico sexual e agressão. Desde então que a lista de crimes tem aumentado exponencialmente. O músico enfrenta agora acusações de agressão sexual por pelo menos 120 pessoas, incluindo 25 que seriam menores de idade na altura. A lista inclui homens e mulheres com idades entre os nove e os 38 anos.
Os números foram avançados esta terça-feira, 1 de outubro, pela equipa de advogados da Tony Buzzbee, que irá defender as vítimas. A firma criou, na altura da detenção do rapper, uma linha para todos os que quisessem denunciar o cantor. Desde essa data foram feitas “mais de 3.285” chamadas de pessoas que querem denunciar os crimes do norte-americano.
“O maior segredo da indústria do entretenimento, que não era de todo um segredo, foi finalmente revelado ao mundo. O muro do silêncio foi agora quebrado e as vítimas estão a avançar”, disse Tony Buzzbee, citado pela SIC Notícias. A equipa terá recolhido fotografias, vídeos e mensagens que sustentam a acusação de “agressão sexual violenta ou violação, relações sexuais facilitadas por substâncias controladas, divulgação de gravações de vídeo e abuso sexual de menores”.
“Vai chegar o dia em que vamos dar outros nomes além de Sean Combs. E há muitos nomes para dar. Já é uma lista longa, mas devido à natureza do caso, vamos garantir que estamos certos antes de avançar. A lista é chocante”, avança a firma.
Entre as denúncias foram identificadas 120 possíveis vítimas. No entanto, a equipa já admitiu que este número pode aumentar, até porque já estão a trabalhar “noutros 100 casos”. Andrew Van Arsdale, um dos advogados, revelou que a maioria das vítimas terá sido drogada antes dos crimes.
“Diria que, em 90 por cento dos casos, estes indivíduos foram drogados antes de serem atacados”, revelam, acrescentando que a maioria terá ocorrido nas famosas festas de Diddy. “Se recusasses uma bebida, eras convidado a sair”, descrevem com base nos relatos ouvidos. Contudo, as chamadas freak-offs, não eram o único cenário destes horrores. Segundo o advogado, alguns menores foram abusados durante audições para a editora do rapper, a Bad Boy Records.
Um dos miúdos, na altura com nove anos, terá sido abusado sexualmente, alegadamente por Sean Combs e outras pessoas, após a promessa, à vítima e aos pais, de um contrato. Uma adolescente, na altura com 15 anos, afirma ter sido drogada e violada por Diddy e por “outras pessoas” que cometeram “o crime à vez”.
As revelações sobre o rapper começaram a surgir quando, em novembro do ano passado, Cassandra Ventura, mais conhecida por Cassie, apresentou queixa contra o ex-namorado por agressão e violação. Combs negou as acusações, mas um vídeo de 2016 captado por câmaras de videovigilância de um hotel mostra-o a empurrar e agredir a cantora aos pontapés.
“O vídeo angustiante apenas tornou a confirmar o comportamento perturbador e predatório de Combs. Não há palavras para expressar a coragem e a firmeza que ela demonstrou ao expor tudo isto”, salientou o advogado de Cassie Ventura, Douglas H. Wigdor, em declarações à CNN, em maio deste ano.
A ex-namorada descreveu a conduta agressiva de Combs como algo recorrente durante a relação. Na queixa, que se estende por 35 páginas, Cassie alega que o músico a terá drogado e espancado, além de a forçar a ter relações sexuais com outros homens enquanto a filmava.
A relação entre os dois, que começou em 2007, terminou em 2018, mas a história não se limita a este desfecho. Após a separação, o artista terá forçado a entrada na casa de Ventura para a violar.