NiTletter
Cultura
NEW iN ROCKWATTLET'S ROCK

Música

P. Diddy vai continuar preso. Juiz nega novo pedido de fiança do rapper

O rapper já tinha solicitado duas vezes a libertação mediante pagamento. Todas foram rejeitadas pelo magistrado.

Sean “Diddy” Combs, mais conhecido por P. Diddy, vai continuar preso após ter sido negado um novo pedido de fiança, no valor de um milhão de dólares, até à leitura da sentença final. A decisão, tomada no seguimento da sentença aplicada esta quarta-feira, 2 de julho, marca, pelo menos, a terceira vez que os pedidos de libertação do rapper mediante pagamento são recusados.

O magistrado considerou que não há motivos para alterar a posição, tendo em conta a admissão de culpa relativamente às relações com a ex-namorada Cassie Ventura e a testemunha “Jane”, cuja identidade não foi revelada. O juiz Arun Subramanian destacou que o artista esteve envolvido em vários comportamentos violentos e criminosos.

A continuação do julgamento está agendada para 3 de outubro. Porém, o juiz mostrou-se disponível para alterar esta data caso a defesa avance com o pedido.

Apesar da investigação, o artista de 55 anos não será condenado a prisão perpétua, já que foi ilibado de três dos cinco crimes de que estava acusado, decidiu o tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque, após quase dois meses desde o início do julgamento mediático.

Entre as acusações estavam: conspiração para extorsão; tráfico sexual através da força, fraude ou coação (relacionado com a ex-namorada Cassie Ventura, cantora de R&B); transporte com o propósito de envolvimento em prostituição (também diz respeito a Ventura); tráfico sexual através da força, fraude ou coação e transporte com o propósito de envolvimento em prostituição, ambas sobre “Jane”.

O rapper norte-americano, que se declarou inocente de todas as acusações, foi dado como culpado de dois dos crimes, relacionados com ajuda à prostituição. Diddy foi acusado do crime de transporte com o objetivo de promover a prostituição, tanto de Cassie Ventura, como de “Jane”. Desta forma, deverá enfrentar 20 anos de prisão, 10 por cada um dos crimes.

Por outro lado, foi absolvido das restantes acusações, isto é, dos crimes de conspiração para extorsão e de tráfico sexual, os mais graves. Assim, Diddy evita uma sentença mínima obrigatória de 15 anos, já que foi absolvido do crime de tráfico sexual.

As acusações a Diddy

A lista de acusações reúne homens e mulheres entre os 9 e 38 anos, que se queixam de ter sido drogados e forçados a atos sexuais durante as festas organizadas pelo norte-americano. Os encontros seriam todos filmados e depois usados para chantagear as vítimas.

Cassie Ventura, ex-namorada do artista e testemunha-chave no processo, acusou o rapper de agressões físicas repetidas e coerção para participar em rituais sexuais humilhantes. A acusação alega que Combs terá forçado várias mulheres a participar nas festas onde os participantes eram filmados em atos sexuais. 

A cantora revelou o horror que diz ter vivido às mãos do rapper. Segundo o seu testemunho, os abusos terão começado logo no início da relação, que durou uma década, e começou quando tinha apenas 19 anos. 

A ex-namorada descreveu a conduta agressiva de Combs como algo recorrente durante a relação. Na queixa, Cassie alega que o músico a terá drogado e espancado, além de a forçar a ter relações sexuais com outros homens, enquanto a filmava. A relação entre os dois começou em 2007 e terminou em 2018, mas a história não se limita a este desfecho. Após a separação, o artista terá forçado a entrada na casa de Ventura para a violar.

Outra figura central no julgamento é “Jane”, a mais recente ex-namorada do produtor musical, cuja identidade se mantém secreta. A vítima falou do modo como foi aliciada para um mundo de festas sexuais e abuso. “Jane” terá conhecido o produtor durante uma vagem com amigas a Miami, em 2020. Ter-se-ão envolvido desde 2021 até setembro de 2024, quando P. Diddy foi preso. 

A vítima, que é mãe solteira, teria dito em tribunal que a dinâmica da relação começou a mudar logo durante o primeiro ano, quando Combs a terá pressionado a ter relacionamentos sexuais com outros homens. Estes encontros, que às vezes chegavam a durar 24 horas, eram momento de grande ansiedade para a vítima. “Jane” afirmou que era drogada e forçada a envolver-se em orgias e deixou claro que, quando aceitava participar nas Freak Offs, fazia-o sob grande pressão emocional. 

Durante o julgamento, que começou a 5 de maio, P. Diddy recebeu uma advertência do juiz por interagir com dois membros do júri, no que foi descrito como “um aceno energético” que não passou despercebido na sala. Foi ainda feita uma ameaça de que o produtor musical seria expulso se alguma interação se voltasse  a repetir. 

Já a 30 de junho, durante o primeiro dia de deliberação, o juiz teve de intervir e interromper o processo por uma hora, alegadamente por existir complicações com um dos elementos do júri que parecia incapaz de seguir alguns dos procedimentos legais exigidos à sua posição.

ARTIGOS RECOMENDADOS

ENTRETANTO EM