Música

Por esta ninguém esperava. O polémico Fyre Festival vai dar nome a plataforma de streaming

O objetivo é criar um canal semelhante à MTV dos anos 90, ou seja, com um grande foco em videoclipes de diferentes géneros musicais.
A questão é: será que vai mesmo acontecer?

O Fyre tornou-se num dos festivais mais infames da história dos eventos de música. Prometia concertos, bungalows de luxo e festas numa ilha das Bahamas, mas, afinal, não passava de uma fraude, com bilhetes vendidos a milhares de euros. Após a estreia fracassada de 2017, que inspirou dois documentários — um deles disponível na Netflix — a segunda edição deveria decorrer entre 30 de maio e 2 de junho deste ano, na Playa del Carmen, no México. Este mês, soube-se que o evento foi adiado.

No meio de mais uma polémica, surgiu agora outra notícia, que traz uma novidade inesperada: o festival terá um serviço de streaming. Segundo a “Deadline”, o realizador Shawn Rech comprou duas marcas registadas do Fyre Festival e pretende usar o nome para lançar uma nova plataforma de streaming focada em videoclipes, ao estilo da MTV nos anos 90.

Embora controverso, acredita que o evento tem o tipo de notoriedade necessária para captar a atenção do público. “As plataformas de hoje em dia são apenas programação aleatória. Isso não tem nada a ver com música. Precisava de um nome forte que as pessoas reconhecessem e foi por isso que decidi comprar esta marca”, contou à revista.

Rech tornou-se conhecido por ser o cofundador da plataforma de streaming de true crime TruBlu, ao lado de Chris Hansen, apresentador de “To Catch a Predator”. À mesma publicação, contou que Billy McFarland, o organizador do Fyre Festival, vai ter um papel neste projeto que deverá ser lançado até ao Dia de Ação de Graças, que se celebra nos EUA no final de novembro.

O serviço vai estar disponível sem anúncios, com um custo de 3,99 dólares por mês, mas também vai ter um plano com publicidade cujo valor ainda não foi revelado. “Estamos a construir algo autêntico e duradouro”, garantiu.

O Fyre Festival é organizado por Billy McFarland, que se tornou uma figura pública em 2017, depois de a primeira edição ter sido um desastre sem precedentes. Amplamente promovido por influenciadores e modelos nas redes sociais, o evento gerou enormes expectativas.

No entanto, quando os convidados chegaram, encontraram um cenário caótico: tendas de emergência em vez das luxuosas vilas anunciadas, comida de qualidade muito inferior ao esperado, escassez de água e a ausência das atrações prometidas. O festival foi cancelado logo no primeiro dia, deixando os participantes sem apoio na ilha.

McFarland foi acusado de defraudar os investidores do festival em 22,6 milhões de euros. Em 2018 começou a cumprir uma pena de seis anos de prisão, tendo sido libertado em 2022. O desastre do evento inspirou o famoso documentário da Netflix, “Fyre: O Grande Evento que Nunca Aconteceu”, lançado em 2019. No mesmo ano, estreou “Fyre Fraud”, outro documentário, na plataforma de streaming Hulu.

Apesar de tudo, os bilhetes para a nova edição já estão a ser vendidos. Tal como a NiT lhe contou, os preços chegam a um milhão de euros.

 

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