O cancro contra o qual lutava desde 2021 revelou-se implacável e Rita Lee acabou por morrer a 9 de maio, aos 75 anos. A Rainha do Rock brasileiro deixou, contudo, um presente para todos os fãs: o segundo volume da sua autobiografia.
Ao primeiro volume, lançado em 2016, segue-se a continuação que foi capaz de terminar ainda antes da morte. Na obra que chegou às livrarias brasileiras esta segunda-feira, 22 de maio, conta-se a última etapa da vida da artista, onde enfrentou um cancro e uma pandemia.
Num dos excertos já revelados, a artista brasileira dedica um dos seus últimos textos aos jovens da comunidade LGBTQIA+. “Dá vontade de pegar neles ao colo e cantar-lhes baixinho no ouvido: ‘Você não está só, é só um nó que precisa de ser desfeito’”, revela Lee.
“Volta e meia recebo cartinhas de fãs, e alguns são bem jovens. (…) Um dia desses, um menino, rejeitado pela família por ser gay, disse-me que pensou até em desistir desta vida, mas que ao ouvir minhas músicas decidiu ficar.”
Rita Lee reflete sobre as dificuldades destes jovens em especial e da juventude em geral. “Sinto que é mais complicado ser jovem hoje, já que nunca tivemos essa superpopulação no planeta: haja competitividade, culto à beleza, ter filho ou não, estudar, ralar para arranjar trabalho, ser mal remunerado. (…) Queria dar beijinhos e carinhos sem ter fim nessa moçada e dizer a ela que a barra é pesada mesmo, mas que a juventude está a ser favor e, de repente, a maré de tempestade muda.”
O segundo volume da autobiografia da artista deverá chegar às livrarias portuguesas ainda em 2023.