Royel Otis provaram no Kalorama que são mesmo a próxima sensação do indie rock

No final de 2024, a NiT disse que os Royel Otis “são a próxima Next Big Thing australiana, prontos para conquistar o mundo com o seu indie rock energético”. Se o espetáculo no Kalorama servir como prova, então não estávamos errados.

O concerto no palco San Miguel, o secundário do festival do Parque da Bela Vista, abriu com “Jump Into The Fire”, de Harry Nilsson, que tocou nas colunas até finalmente a banda arrancar com “Going Kokomo”. Os looks dos artistas eram mais descontraídos — T-shirts e calções —, mas ninguém quis saber, graças à presença de palco magnética de todos eles. “Olá, Lisboa”, gritou Otis Pavlovic, o vocalista de 25 anos, a meio de um verso.

A apresentação com energia de palco principal prosseguiu com interpretações de temas como “Adored” e “Heading For The Door”. “Vocês são lindos como o caraças, sabiam?”, questinou o australiano antes de começar a tocar “Kool Aid”, um dos hits que rapidamente arrancou aplausos do público morno.

Ao longo do espetáculo, houve tempo para algumas mensagens humorísticas que eram apresentadas no ecrã gigante do San Miguel. Durante “Foam”, lia-se: “mostrem-nos os vossos dentes tortos”, um verso da faixa. Já em “Car”, o grupo optou por algo que gerou ainda mais risos na plateia: “É suposto estar aqui a letra de uma nova canção dos Royel Otis.”

O ecrã gigante foi o principal acessório do grupo e era usado para manter o público envolvido. Em “I Wanna Dance With You”, pedia-se que os festivaleiros dançassem com as pessoas ao seu lado — um pedido que não foi aceite, mas nem isso abalou a boa disposição do grupo fundado em 2019.

Na reta final do concerto, houve espaço para alguns covers. O recinto do San Miguel, que estava incrivelmente cheio, dançou e gritou ao som de “Murder on the Dancefloor”, um tema original de Sophie Ellis-Bextor que recentemente voltou a ser popular graças ao filme “Saltburn”, protagonizado por Barry Keoghan e Jacob Elordi. O repertório também passou por “Linger”, dos Cranberries, que ajudou a transformar o público num coro afinado.

No final, veio “Oysters In My Pocket”, uma canção alegre e que, segundo a banda, é a forma de “mostrar apreço pelos moluscos bivalves que dão um impulso à nossa energia e acendem o fogo da libido”.

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