O combate será, na verdade, uma digressão conjunta. As duas bandas anunciaram uma tournée, que começa já a 29 de novembro, em Cascais. Depois, The Legendary Tigerman e Linda Martini vão passar por vários clubes dos País.
A 30 de outubro de 1974 Muhammad Ali e George Foreman protagonizaram aquele que foi considerado por muitos o combate do século. Foi exatamente essa a inspiração dos grupos portuguesas para esta tournée especial a que chamaram “Rumble in the Jungle” (o mesmo nome da luta dos anos 70). Naquela altura, o vencedor foi Ali, no oitavo round. Agora, neste ringue que será um palco, está tudo em aberto.
A primeira apresentação de “Rumble in the Jungle” terá lugar no clube Stairway, em Cascais, e as bandas atuam depois no GNRation, em Braga (30 de novembro). Já a 1 de dezembro vão estar em Viseu (no Carmo 81), a 2 de dezembro passam por Leiria (Texas Bar), no dia 6 o espetáculo é no Porto (no espaço Maus Hábitos) e no dia seguinte é a vez de Coimbra (no Salão Brazil). As últimas atuações serão no Teatro Alpedrinha, em Alpedrinha (8 de dezembro); no espaço Soir JAA, em Évora (9 de dezembro); e, por fim, na Bang Venue, em Torres Vedras (logo no dia seguinte).
A NiT falou com The Legendary Tigerman e André Henriques, dos Linda Martini, para perceber como tudo se vai passar.
De quem foi a ideia da digressão? Era exatamente assim a ideia original?
The Legendary Tigerman: A ideia de uma “tour de force” partiu do Ricardo Coelho e do Paulo Ventura, ambos da Metropolitana, estrutura que faz o management das duas bandas. A ideia de lhe chamar “Rumble in the Jungle” e de irmos buscar este imaginário do boxe foi minha, porque por um lado sempre fui fascinado por este combate, por outro acho que esta ideia de suor e perigo tem tudo a ver com um concerto de Rock´n´Roll.
Durante quanto tempo andaram a pensar em todos os detalhes?
TLT: Foram alguns meses até se acertarem os pormenores e fecharmos o conceito. O fundamental aqui é que exista de facto esta capacidade de empatia entre duas bandas, acho que a minha admiração pelos Linda Martini é pública e o facto de fazermos coisas completamente diferentes é mais um ponto a favor, creio.
André Henriques: Há uns meses largos que andamos a amadurecer a ideia. Admiramos o trabalho do Tigerman e cruzámo-nos poucas vezes ao vivo. Agora vai ser a valer.
Na prática, como serão os concertos?
AH: Só quando chegarmos à “prática” saberemos. Por enquanto estamos nos treinos.
TLT: Creio que irão ser dois concertos distintos, em que teremos momentos de partilha e cruzamento musical em palco. E as duas bandas irão tocar temas novos, visto que ambas têm novas obras no próximo ano. Acho que é uma oportunidade muito fixe para as duas bandas crescerem ao vivo, porque aprendes sempre com outros músicos e para o público também é uma oportunidade única, dificilmente se repete uma coisa destas. É bom poder apresentar momentos especiais em formato tour.
Quem é o Ali e quem é o George Foreman neste combate?
TLT: Eu estou a sentir-me muito Ali, sou fã número um dele. Ali versão peso-pluma. Mas isso não interessa, vamos todos ganhar no fim.
AH: Difícil. Se nos focarmos no combate entre os dois, a experiência acabou por derrotar a juventude e nós somos um pouco mais novos que os Tigres. A confirmar-se o mesmo resultado nós somos o Foreman e vamos ao tapete no oitavo assalto. Façam apostas.
