O vocalista dos Radiohead, Thom Yorke, admitiu que chorou quando ouviu pela primeira vez “Fake Plastic Trees”. Num excerto do próximo livro de Jason Thomas Gordon, “The Singers Talk”, revelado pela “Rolling Stone”, o músico explicou que enquanto a banda gravava o álbum marcante de 1995, “The Bends”, ver Jeff Buckley ao vivo o ajudou a sentir-se confortável com a sua voz.
“Quando estávamos a fazer o segundo álbum, fui ver Jeff Buckley. Vê-lo fez-me recordar uma parte vulnerável de mim próprio que eu fazia por esconder. E lembro-me de gravar a ‘Fake Plastic Trees’ sozinho pela primeira vez. Depois, a banda juntou-se e ouvimos tudo. Disseram logo: ‘Vamos usar isso’. Só respondi: ‘Não, não, não podemos usar esta versão. Estou demasiado vulnerável, sou demasiado eu’.”
Questionado sobre se realmente chorou quando ouviu o tema pela primeira vez, Yorke confirmou. “Sim, absolutamente. Porque quando gravas, estás a passar por um conjunto de sentimentos, mas a única coisa de que não estás realmente consciente é de ti próprio. Não estás consciente da tua própria identidade, é como meditar.”
“Mesmo quando tocas, se tocares bem, tens uma espécie de sentimento que vai além disso. Não estás sequer consciente da tua própria vulnerabilidade, estás simplesmente noutro lugar, e depois voltas. É como veres-te ao espelho pela primeira vez e apanhares-te desprevenido.”
Na entrevista publicada pela “Rolling Stone”, ainda antes do lançamento do livro, Yorke refletiu sobre o momento em que “ficou completamente perdido” durante o encore da banda no anfiteatro Shoreline no início dos anos 2000. “Houve uma vez em que tocámos em São Francisco, num local ao ar livre muito agradável, o Shoreline. Foi um ótimo espetáculo muito, muito divertido. O público foi brilhante. Depois, antes do último encore, fumei um cigarro com o Jonny [Greenwood]. Voltei e comecei a tocar ‘Everything In Its Right Place’ e fiquei completamente perdido.”
“Cantei o segundo verso primeiro e depois olhei para o teclado a pensar, ‘O que é isto?’ [risos]. Depois, fui cantar o próximo verso e percebi. Acabei de cantar isso’ e olhei para os outros, e todos estavam com uma cara de ‘tira-nos desta’. Estava apenas a tocar o riff, a olhar para o público, e estavam todos a cantar as letras. E eu a pensar, ‘O quê?’ [a tentar ler os lábios]. Estava tão chapado que me levantei do piano e [levanta as mãos em sinal de rendição] saí a rir.”
