Spencer Elden, hoje com 31 anos, foi o bebé que foi fotografado para a capa de “Nevermind”, um dos mais importantes e populares discos dos Nirvana, editado em 1991. Na sexta-feira, 2 de setembro, chegou ao fim o processo que moveu contra os membros da banda, várias editoras, diretores de arte e outros indivíduos envolvidos no lançamento do disco por alegadamente violarem leis de pornografia infantil e por lhe causarem sofrimento de longa duração ao “traficarem” a sua imagem por todo o mundo.
O juiz federal Fernando Olguin arquivou o processo, explicando que o indivíduo não “alegou que sabia de uma violação que ocorreu quando ele era menor de idade ou de uma lesão nos dez anos seguintes à ação”, como é exigido de acordo com a lei que Spencer Elden alega ter sido quebrada.
Natural de Los Angeles, Elden defendia no processo que a sua “identidade e nome legal estão para sempre ligados à exploração comercial sexual que experienciou enquanto menor”. De acordo com o processo, os acusados “produziram, possuíram e publicitaram comercialmente pornografia infantil com Spencer, e lucraram com isso”.
O processo dizia ainda que “o uso de pornografia infantil fez parte do esquema de promoção do disco para gerar atenção, ganhar notoriedade, aumentar as vendas e conquistar atenção mediática e críticas”.
Segundo a acusação, os pais de Spencer Elden nunca terão dado a autorização por escrito sobre o uso das fotos tiradas do bebé de quatro meses num centro aquático de Pasadena, em 1991. Supostamente, Elden nunca recebeu qualquer compensação ou pagamento. O processo pedia uma indemnização de 150 mil dólares (o equivalente a cerca de 150 mil euros) a cada um dos 17 acusados, sejam indivíduos ou empresas.
Na altura, o pai de Spencer trabalhava na área das sessões fotográficas e por isso conhecia Kirk Weddle, especialista em fotografia subaquática, o responsável pela sessão que originou a capa de “Nevermind”. Weddle pediu se podiam tirar fotos a Spencer — mas os pais dificilmente imaginariam o impacto que essas imagens iriam ter na cultura pop global. O álbum vendeu, até hoje, mais de 30 milhões de cópias em todo o planeta.
Ao longo dos anos, Spencer Elden já recriou a foto subaquática e tatuou a palavra “Nevermind” no peito, ainda que tenha mostrado algum desconforto com toda a situação.