Música

Rita Rocha, a miúda de 15 anos que pode ser o novo fenómeno da música pop nacional

Participou no “The Voice”, trabalha com Carolina Deslandes e encantou no MEO Marés Vivas. Agora tem um novo single.
Rita Rocha tem agora um segundo single.

Chama-se Rita Rocha, tem 15 anos, e, se assistiu à edição do ano passado de “The Voice Kids”, provavelmente o nome (e a voz) é-lhe familiar. Se não, prepare-se para conhecer aquela que pode vir a ser o novo fenómeno da música pop nacional. Esta sexta-feira, 22 de julho, foi lançado o seu novo single, “Judo”, o segundo do seu curto percurso. No sábado, dia 19 de julho, atuou no MEO Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, perante milhares de pessoas — muitas delas conheciam as letras.

Comecemos pelo início. Rita, que cresceu na Maia, no Grande Porto, tinha apenas seis anos quando os pais a colocaram num coro local chamado Pequenos Cantores da Maia. “Estava sempre a cantar, os meus pais já não me conseguiam ouvir mais [risos]”, recorda à NiT. “Eles ofereceram-me aquilo no meu aniversário e a partir daí o meu gosto pela música começou a despertar.” No quinto ano, entrou para uma escola de música, onde aprendeu a tocar diversos instrumentos — acabaria por se especializar na harpa. A partir daí, e de forma gradual, foi olhando para a música menos como um hobbie, e mais como um possível caminho profissional.

Esse processo intensificou-se substancialmente em “The Voice Kids”, na RTP1. “O anúncio apareceu na televisão, uma amiga da minha mãe ligou-lhe a dizer ‘A Rita tem que se inscrever!’. Disse logo que gostava muito de ir. Nem pensei muito, só queria ir lá testar as minhas capacidades, ver o que achava daquilo. Não foi muito ponderado. No início, o meu pai estava receoso porque tinha medo que eu não soubesse ouvir um não. A minha mãe bateu o pé e disse que vou ter de ouvir muitos durante a vida, por isso, mais valia começar agora.”

Assim mesmo, de forma espontânea, foi parar ao “The Voice”. Destacou-se logo na prova cega, quando cantou “Havana”, de Camila Cabello, e ficou na equipa de Carolina Deslandes. “A entrada para o ‘The Voice’ me fez-de perceber que queria isto. Convivia com pessoas que tinham outros gostos e quando cheguei lá eram todos miúdos exatamente com o mesmo sonho que eu, então percebi que era mesmo aquilo que queria fazer.”

De etapa em etapa, foi avançando no concurso, até chegar à final, de onde não conseguiu sair vencedora. Porém, a sua mentora tinha uma frase sábia que nunca a deixou desanimar. “A Carolina tem muito o lema de que o ‘The Voice’ não é onde nada acaba, é onde tudo começa. E foi mesmo isso que aconteceu: ela disse e cumpriu. Sempre me incentivou diariamente a continuar e é mesmo bom ter pessoas assim nas nossas vidas, que nos ajudam nos nossos sonhos.”

Carolina Deslandes foi essencial no seu percursi. Depois daquela temporada do programa acabar, convidou Rita Rocha para passar uma semana em sua casa na zona de Lisboa. O objetivo, claro, era trabalhar em temas para a jovem cantora. 

“Apresentou-me à Bárbara Tinoco e ao Agir. Disse que íamos fazer umas músicas para lançar um EP. A Tinoco pediu-me: fala-me um bocado sobre a tua vida amorosa. E eu: ‘não, isto não vai acontecer, não vou falar sobre a minha vida amorosa com a Bárbara Tinoco’. Acabou por acontecer [risos] e saiu de lá a ‘Mais ou Menos Isto’.”

Tornou-se no seu primeiro single e foi lançado no final do ano passado. Ainda hoje, Rita Rocha quase não acredita que tem uma música escrita por Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco, sendo que Agir e Feodor Bivol também participaram na composição. 

“É inacreditável, é algo que nunca esperei que acontecesse. Costumava cantar no chuveiro para literalmente ninguém, tinha muita vergonha. E o facto de ela ter pegado em mim, ter feito isto e ter sido tão boa pessoa, nem tenho palavras para descrever… Estou muito grata à Carolina. E é incrível trabalhar com pessoas que considero meus ídolos.”

Rita Rocha no MEO Marés Vivas

Segue-se, agora, o segundo tema, “Judo”, já escrito por Rita Rocha, e produzido por Deslandes e Agir. “Foi a primeira música que escrevi em português e fala sobre a relação dos meus pais. Ou seja, é uma coisa que vivi tão de perto… Não foi complicado para mim porque me saiu naturalmente.”

Apesar de estar a trabalhar com estrelas da indústria, diz que “não estava mesmo nada à espera” que o single de estreia tivesse o impacto que teve. “Fui completamente apanhada de surpresa, mas uma surpresa tão boa, e tem corrido mesmo tudo bem.” “Judo” será uma segunda prova.

A atuação no MEO Marés Vivas, admite, foi “especial”. “Só tinha cantado para pouquíssimas pessoas, muitas delas da minha família, e o Marés Vivas foi outro passo. Estava super nervosa, e não sou nada de me emocionar e de chorar, principalmente à frente de pessoas, e ali não me consegui mesmo conter. Estive super emocionada do início ao fim. É mesmo incrível ver outras pessoas a cantarem uma canção de que nós gostamos tanto — e o facto de se relacionarem com ela é mesmo bom.”

O lançamento do EP que tem estado a preparar, e que está completamente finalizado, está previsto para setembro. “O EP sou eu, define-me. Obviamente posso explorar diferentes estilos, mas vai acabar sempre por falar de coisas que me dizem muito, ou seja, de coisas com as quais me identifico a 100 por cento. Por isso, acaba por ir tudo um pouco na mesma linha no que toca a letras — é a linha da minha vida.”

Apesar da carreira emergente na música, continua a ser uma miúda normal de 15 anos, assegura. Diz que continua a ter uma vida comum, apenas com menos tempo do que o habitual. “Este é um trabalho que me dá gosto, não é como a escola [risos].”

Quanto ao futuro, Rita Rocha diz viver muito o presente, sem pensar a longo prazo e sem grandes expetativas. “O que planeio fazer é escrever, escrever, escrever. Gosto muito de escrever músicas, é o meu espaço seguro, por isso, desde que continue a escrever aquilo que estou a sentir e a cantar… É ir fazendo e logo se vê.”

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