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Academia de Santo Amaro recebe espetáculo para os maiores fãs de suspense

"Bleklerat" explora a busca pelo poder num espetáculo de teatro musical onde os atores até tocam instrumentos ao vivo. Estreia a 18 de março.
Os instrumentos inserem-se na história.

Uma irmandade secreta de artistas urbanos vê-se envolta em dificuldades quando perde o líder e as identidades dos elementos ficam em risco de serem reveladas. Para mantê-la viva, vai ser preciso encontrar um novo líder. “Bleklerat”, que estreia a 18 de março na Academia de Santo Amaro, em Alcântara, é um espetáculo de teatro musicalque mostra que, até mesmo entre amigos, a subida ao poder provoca várias vítimas.

“É sobre a competitividade da existência humana quando está em jogo o poder. As amizades passam para segundo plano e pensa-se mais individualmente. Faz por ti, mesmo que tenhas de pisar os outros”, explica Pedro Pernas, que interpreta Sequeira, uma das três personagens da irmandade que estarão em palco.

O resto do elenco é composto por Gonçalo Rosales (Brito) e Daniela Onís (Castro), que construiu um espetáculo de teatro musical repleto de inovações. Logo a começar pela temática de suspense, com vários plot twists.

“Não é algo que se aborde muito em Portugal. O estilo punk, mais escuro, é pouco visto em palco por cá. E nós achámos uma oportunidade gira para explorar”, adianta o encenador Miguel Sousa, que em conjunto com Gonçalo é o autor desta peça onde tudo é um pouco diferente. É que, se num musical os atores representam, cantam e dançam (ou pelo menos interpretam corporalmente de forma mais expressiva), aqui é acrescentado outro desafio: tocar instrumentos.

“Tocar os vários instrumentos ao mesmo tempo que interpretamos e cantamos é desafiante. Conseguir incorporar tudo, mas com naturalidade, para ser verosímil o que estamos a fazer”, revela Pedro Pernas, de 51 anos, que poderá reconhecer de várias peças de teatro, mas também por ter sido um dos professores do mítico Colégio da Barra, na série “Morangos com Açúcar”.

O encenador acrescenta: “É algo que nem sei se já foi feito em Portugal. Tivemos de resolver várias coisas. A Daniela, em especial, dedicou-se a 130 por cento e aprendeu a tocar teclas para este espetáculo. Trabalhou a fundo para isto”.

Quem for assistir pode esperar ficar agarrado ao desenrolar da história e até encontrar um ator sentado mesmo ao seu lado. Mas não se preocupe: esta não é uma daquelas peças interativas com público. No entanto, os atores também não se restringem à interpretação no palco.

“Usamos o teatro como se não estivesse lá ninguém. Vamos aos bastidores e corredores como se estivéssemos só nós os três, como em casa. No fundo, este teatro é a casa da irmandade”, explica Pedro Pernas.

Na procura de um objetivo comum — ter um novo líder da irmandade —, as relações são postas à prova, assim como os valores que unem os elementos do grupo e os que os separam. Mas quando questionados sobre expetativas para este espetáculo, a resposta tanto do encenador como do ator entrevistados pela NiT é a mesma: “Ter a casa cheia”. 

“Está a ser um projeto muito divertido. O grupo teve uma química imediata, em específico o Pedro e o Gonçalo, que têm uma dinâmica que se enquadra até nas personagens deles”, garante o encenador, de 33 anos, que é, com Joana Cunha, um dos responsáveis da produtora por trás deste projeto (a GrowUp Produções). Além disso, Miguel Sousa já foi o responsável por vários teatros musicais, como “O Gato das Botas”, no qual entrou Gonçalo Rosales, de 21 anos, que se tem focado no mundo dos musicais, onde pode mostrar os seus dotes nas várias áreas.

Por outro lado, Daniela é conhecida sobretudo pela voz — seja cantada ou de dobragens em animação. A atriz é, por exemplo, a voz de Shispa, no filme “Elemental”; ou de Hil, na produção da Disney, “Wish”.

Outro fator diferenciador do projeto “Bleklerat” são as datas de exibição. É que “Bleklerat” — que já tem bilhetes à venda (17,50€) na Ticketline — está em cena às terças e quartas-feiras. Se isto é comum noutros países, em Portugal é costume concentrar os espetáculos de quinta a sábado. “Mas pensámos, por que não fazer o mesmo cá?”

Áudio deste artigo

Este artigo foi escrito em parceria com a GrowUp Produções.

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