Teatro e exposições

Anel de noivado gigante no MAAT assinala nova exposição de Joana Vasconcelos

Chama-se "Plug-In" e pode ser visitada a partir desta sexta-feira, 29 de setembro. Inclui peças criadas a partir de 2000.
É uma obra enorme.

A nova exposição a solo da artista Joana Vasconcelos no museu MAAT, em Lisboa, é inaugurada esta sexta-feira, 29 de setembro. A mostra inclui uma curadoria de peças criadas pela artista a partir de 2000 — algumas nunca haviam sido expostas

“Plug-in”, assim se chama, ocupa dois lugares do edifício: o MAAT Central e o MAAT Gallery. Neste primeiro vai poder encontrar a “Árvore da Vida”, obra criada em 2023 para a Sainte-Chapelle de Vincennes, em Paris. É a primeira vez que sai daquele espaço, estando agora num ambiente mais industrial. “Só adaptamos a altura. Aqui tem cerca de 13 metros, menos um do que tinha”, explicou Joana Vasconcelos ao “Observador”.

A imagem de marca da artista — que passa pelo recurso a materiais não convencionais — está bem patente no acervo agora apresentado. A “Árvore da Vida”, por exemplo, é feita de alumínio, aço, croché de algodão e outros tecidos. Tem 354 ramos e 140 mil folhas bordadas à mão. A peça só revela todo o seu esplendor à noite, com a iluminação dos LEDs com diferentes tons.

As obras não estão expostas apenas nos espaços interiores do MAAT.  “I’ll Be Your Mirror” (2019), uma máscara veneziana com 255 molduras barrocas em bronze e 510 espelhos de mão sobrepostos, está no exterior do edifício Central. Já foi exibida no Museu Guggenheim de Bilbau e na Quinta da Bacalhôa, em Azeitão.

O “Solitário” (2018) encontra-se no topo da escadaria à beira Tejo do Gallery. Trata-se de um anel de noivado com um enorme “diamante” no topo — foi criado com 1.449 copos de uísque de cristal e 110 jantes douradas de liga leve. Quando a exposição terminar, a 31 de março do próximo ano, a peça seguirá para um colecionador de Madrid.

Quando passar pela Galeria Oval do MAAT, vai dar de caras com “Valkyrie Octupus”. Sim, as famosas valquírias de Joana Vasconcelos também marcam presença na exposição. A que poderá ver em Lisboa foi criada em 2015 para o casino MGM Macau, — é a primeira vez que está exposta na Europa.

Na sua criação, a artista plástica recorreu a azulejos Viúva Lamego, uso de croché de algodão, feltro, malha industrial, tecidos, insufláveis, ventiladores, cabos de aço, LEDs e outros adereços.

No MAAT também há espaço para carros — e um deles está a ser apresentado ao público pela primeira vez. “Drag Race” foi criado durante o primeiro confinamento da pandemia, e esta é a primeira vez que vê a luz do dia.

Exuberantemente ornamentado com talha dourada, plumas de avestruz, madeira, tecidos e metal, representa perfeitamente a versatilidade da artista. Ao seu lado está “War Games” (2011), que se encontra coberta com espingardas de brinquedo e LEDs vermelhas e, no interior, muitos bonecos de peluche.

Uma das obras mais interativas (e impactantes) vai ser “Stranger in the Night”. Para esta, inspirou-se nas prostitutas que via no Parque Florestal de Monsanto, sem uma única peça de roupa. A peça é quase uma cabine, como se de um peep show se tratasse. É acompanhada pelo tema “Strangers in the Night” de Frank Sinatra, enquanto as luzes LED piscam.

Nascida na capital francesa, filha de pais portugueses, Joana Vasconcelos cedo começou a expressar-se em francês, mesmo após a mudança para Lisboa quando tinha apenas três anos. Na década de 1990, a artista começou a ganhar visibilidade no mundo artístico, tendo realizado a sua primeira exposição. A participação na Bienal de Veneza com a peça “A Noiva” — uma estrutura grandiosa constituída por tampões de higiene íntima feminina — tornou-a conhecida internacionalmente.

Aproveite e carregue na galeria para conhecer bolo de noiva com 12 metros de altura de Joana Vasconcelos. Trata-se de uma peça encomendada por Lord Rothschild, que visa comemorar os 650 anos da aliança luso-britânica.

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