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Banco de Portugal recebe a exposição mais surpreendente dos 50 anos do 25 de Abril

Vai poder ver ao vivo verdadeiras peças históricas da Revolução — e aprender como o País evoluiu desde os anos 70.
Veja como era o Banco nos anos 70.

Tal como em qualquer golpe ou conspiração, os códigos fizeram parte do 25 de Abril. Do “Grândola, Vila Morena” como senha para os militares avançarem, a nomes impercetíveis dados a conspiradores e zonas do País, a Revolução em Portugal foi um verdadeiro manual de espionagem.

Bruxelas, por exemplo, foi o nome atribuído a um edifício na Rua do Comércio, em plena Baixa de Lisboa. Em 1974, fica ali — tal como acontece ainda hoje — a sede do Banco de Portugal, um dos maiores alvos estratégicos da Escola Prática de Cavalaria naquela madrugada. Para marcar os 50 anos da Revolução, esta instituição tem publicado mensalmente análises sobre a evolução da sociedade e da economia em Portugal.

Agora, esta análise foi transformada numa exposição que vai além dos dados, com uma perspetiva mais ampla de como era o Banco de Portugal e o País naqueles anos. “Nome de Código Bruxelas: o Banco de Portugal e o 25 de Abril” é inaugurada a 27 de novembro, no Museu do Dinheiro, mesmo ao lado da sede do banco. 

Do custo de vida à educação ou habitação, as estatísticas apresentadas mostram como o País mudou e que desígnios da Revolução foram ou não cumpridos. Nesta iniciativa, é possível também conhecer melhor o papel do BdP na manutenção da estabilidade após o 25 de Abril. Do aconselhamento ao Estado à fiscalização, foram várias as funções cruciais que a instituição desempenhou — mas que muitos desconhecem.

Com base em documentação do Arquivo Histórico e em entrevistas a antigos colaboradores, esta é uma oportunidade para conhecer ainda o lado interno do Banco de Portugal. Por ali, contam-se as histórias da mudança no estatuto laboral das mulheres ou dos saneamentos ligados ao anterior regime. Além dos documentos e imagem da época, existem verdadeiros itens únicos para descobrir nesta exposição.

O carro do Conselho de Administração alegadamente utilizado por um dos estrategas da Revolução, Otelo Saraiva de Carvalho, é um dos grandes símbolos que vai poder ver ao vivo, assim como os cadernos reivindicativos apresentados pelos trabalhadores, com exigências que iam desde o direito a 30 dias de férias, ao direito à licença de maternidade.

Ao mesmo tempo, o Banco de Portugal recriou um espaço que imita na perfeição aquilo que era uma área de trabalho do banco nos anos 70. Neste caso, vai ser como entrar de forma imersiva numa série de época, como “Mad Men” ou “Conta-me Como Foi”. 

A exposição vai estar aberta de quarta a domingo, das 10 às 18 horas, no Museu do Dinheiro, em Lisboa. A entrada é gratuita.

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Este artigo foi escrito em parceria com o Banco de Portugal.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Museu do Dinheiro, Largo de São Julião
    1100-150 Lisboa
  • HORÁRIO
  • De quarta-feira a domingo, das 10h às 18h
PREÇO
Entrada gratuita

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