Foi há dez anos, em 2012, que a Feira das Almas se começou a tornar uma referência na cidade de Lisboa, no número 70 do Regueirão dos Anjos. O espaço ficou conhecido como Taberna das Almas e ainda recebia concertos, entre muitas outras iniciativas culturais.
O projeto evoluiu para se tornar no Anjos70, em 2017, mantendo a identidade e o tipo de atividades que se realizavam por lá — desde mercados a espetáculos, passando por festas temáticas, ateliers e outras iniciativas. Ao mesmo tempo podia-se jantar ou beber um copo no espaço, por exemplo.
Em junho de 2020, a criadora da Feira das Almas, Catarina Querido, saiu da associação NCR – Núcleo Criativo do Regueirão, que gere o espaço, e os membros que ficaram mudaram o nome de Anjos70 para Núcleo A70 — que funcionou durante a pandemia, entre junho de 2020 e janeiro do ano passado. Catarina Querido continuou a organizar por ali o seu mercado regular.
Mais tarde, soube-se que o prédio nos Anjos tinha sido vendido pelo proprietário. Um ano depois, Catarina Querido continua a usar o espaço para organizar mercados e mantém o nome Anjos70.
“Entramos em 2022 com uma notícia boa: vamos continuar o Mercado no Regueirão dos Anjos. A data de saída do edifício ainda não é definitiva, pelo que o Mercado continuará a acontecer duas vezes por mês (primeiro e terceiro fim de semana) pelo menos mais uns meses e poderá haver espaço para acolher mais eventos. Enquanto isso, estamos a trabalhar com a Junta de Freguesia de Arroios e a encontrar alternativas para o futuro do Anjos70, que pretende manter-se na zona de Anjos/Arroios”, pode ler-se na página do projeto, numa publicação partilhada a 5 de janeiro.
O novo espaço do Núcleo A70
Os nomes podem gerar alguma confusão: Catarina Querido continua a usar o nome Anjos70, a restante equipa mudou para Núcleo A70, ainda que muitos os continuem a tratar pelo nome antigo. Certo é que fisicamente já se encontram distantes.
Depois de vários meses de intensa procura, a associação — cuja direção é constituída atualmente por Susana Rechestre, Manuel Rechestre e Miguel Baltazar — encontrou um armazém em Marvila onde têm criado a sua nova casa desde setembro.
O conceito mantém-se em relação aos Anjos: o Núcleo A70 tem um espaço de convívio, ateliers para os artistas residentes, um bar e também uma série de novas valências. Além de terem muito mais espaço, existem duas salas específicas para performances artísticas (uma maior e outra mais pequena).
No bar, servem-se refeições: o menu de almoço, de segunda a sexta-feira, inclui sopa, prato principal e sobremesa, além do café. Custa 8,90€. A ideia é abrirem um restaurante à séria e estão a fazer obras para também terem um terraço em breve.
Grande parte da mobília, da equipa e dos artistas são os mesmos. O Estúdio Bulhufas, o Ad Studio, a Oficina Loba ou os artistas Andrea Paz, Raha Ansari, João Alves, Madalena Pequito, Florence Champ, Eduardo Calvo e Elizabeth Prentis mantêm-se como residentes, segundo a “Time Out Lisboa”. Eliana Tomaz e Maria Frade-Correia são as novidades nesta lista.
A programação, aberta ao público, inclui sessões de cinema, jam sessions e mercados. Pode consultá-la na página de Instagram do projeto. Excluindo os mercados, a entrada continua a ser exclusiva para sócios — mas qualquer um se pode tornar, através de uma anuidade de 2€.
O espaço está aberto entre o meio-dia e as duas da manhã, durante a semana, e das 17 horas às duas da manhã, ao fim de semana. Algumas iniciativas específicas poderão ter horários diferenciados e bilhetes à parte.