Ao longo dos anos, o artista e fotógrafo Jeff Wall apresentou os seus trabalhos em cidades como Londres, Nova Iorque, San Francisco, Basileia e São Paulo. Até 1 de setembro, será o protagonista da exposição “Jeff Wall. Time Stands Still. Fotografias, 1980-2023”, patente no MAAT, em Lisboa.
Esta é a primeira vez que “um dos mais influentes artistas visuais das últimas décadas” tem um projeto a solo em Portugal. As 63 imagens em exposição foram captadas ao longo de 43 anos e mostram cenas da vida quotidiana, tensões e dramas que atravessam as sociedades modernas e contemporâneas — como a solidão, a pobreza, a alienação, a violência urbana, o abandono e a exclusão social.
“As obras retratam situações e cenários testemunhados, imaginados e/ou inspirados pelo imaginário e pelas referências do artista — também historiador de arte — em disciplinas como a pintura, a literatura, o teatro, a performance e o cinema, enquanto formas de representação e de encenação da realidade”, refere a organização.
Grande parte das fotografias tem dimensões imponentes e são retroiluminadas, uma marca do artista canadiano desde 1978. Esta forma de trabalhar e a ideia de representar o quotidiano surgiram depois de uma visita ao Museo Nacional del Prado, em Madrid, onde viu obras de Diego Velázquez e Ticiano.
“A poética ou a ‘produtividade’ do meu trabalho tem-se centrado na encenação e na composição pictórica — aquilo a que chamo ‘cinematografia’. É isso, espero eu, que torna evidente que o tema foi subjetivizado, que foi retratado, reconfigurado de acordo com os meus sentimentos e literacia”, explica o próprio artista, hoje com 78 anos.
Para conhecer melhor a exposição, haverá duas visitas guiadas lideradas pelo curador Sérgio Mah a 24 de maio e a 1 de junho, ambas pelas 16h30. Os bilhetes custam 11€.