São mais de uma centena as obras que revelam ao pormenor oitenta anos de carreira e arte de Júlio Pomar, o artista plástico e pintor que morreu em 2018. As criações selecionadas e em exposição estão unidas pelo erotismo patente no seu legado.
“A mão que vê e manda! Pomar, Oito décadas” abre portas a 27 de outubro na Galeria São Roque, em Lisboa. Nela podem ver-se muitas obras inéditas do artista lisboeta, todas produzidas entre a década de 40 e os seus últimos anos de vida.
“Década a década, da inicial afirmação neorrealista até ao fim do caminho, mudando sempre o passo sem quebra de energia, nesta mostra, identificamos como fio condutor a expressão do erotismo”, explica o filho Alexandre Pomar em comunicado.
A Galeria São Roque fala, então, em “oito décadas de trabalho, efetuado em Paris e Lisboa, com uma dedicação total à criação visual e à escrita”, que são neste caso “um horizonte raramente encontrado”. “Pomar nunca se prendeu a fórmulas ou receitas, investigando continuamente as diferentes linguagens plásticas, numa renovação constante dos seus interesses e assuntos.” A exposição ficará pela galeria lisboeta até 17 de janeiro.
Júlio Pomar morreu aos 92 anos, na sua cidade-natal, vítima de complicações de saúde relacionadas com a idade, após um longo período de internamento. Nascido em Lisboa em 1926, é reconhecido como uma figura de destaque na arte moderna e contemporânea. A sua obra abrange diversas facetas e estende-se ao longo de mais de setenta anos, profundamente influenciada pela literatura, resistência política, erotismo e experiências das suas viagens.