Depois do Gil, o Parque das Nações, em Lisboa, tem um novo morador. É um enorme lince ibérico de Bordalo II que, como sempre nas instalações do artista urbano português, foi construído a partir de lixo.
A peça vai ficar ali como recordação simbólica da conferência Lisboa+21, que juntou ministros da juventude para debater vários temas — sobretudo ligados ao ambiente. O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, encerrou o evento este domingo, 23 de junho — e logo a seguir foi inaugurada a obra de Bordalo II.
Artur Bordalo nasceu em 1987. É conhecido por Bordalo II porque o seu avô, o artista plástico Real Bordalo — que morreu em 2017, aos 91 anos —, foi o primeiro Bordalo artista famoso. O neto começou pelo graffiti, até desenvolver este trabalho bastante característico que o tornou conhecido.
Espalhadas por Lisboa estão várias das suas esculturas de animais, integradas na iniciativa “Big Trash Animals”. Há ainda peças em Loures, Vila Nova de Gaia, Covilhã e Estarreja.
Em 2017, teve o seu maior sucesso de sempre com a exposição “Attero”, em Marvila, que no espaço de um mês foi visitada por cerca de 27 mil pessoas. No início deste ano teve uma mostra importante em Paris, a capital francesa.
O lince ibérico é uma espécie protegida que tem tido uma boa recuperação. Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e Ministério do Ambiente, nasceram desde o início do ano 30 crias no Vale do Guadiana.