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Teatro e exposições

Hangar do comboio icónico da Costa da Caparica recebe exposição com obras de Vhils

"Amigos do Transpraia" tem ainda trabalhos de André Saraiva e outros nomes da cena artística. A entrada é gratuita.

O hangar do histórico Transpraia, o comboio que durante décadas ligou as praias da Costa da Caparica, vai abrir ao público — ainda que, por agora, só para mostrar arte urbana. A exposição “Amigos do Transpraia”, que conta com obras de Vhils, André Saraiva e outros nomes da cena artística, pode ser visitado gratuitamente entre quinta-feira, 29 de maio, e 9 de junho.

Quem cresceu a passar férias na Caparica lembra-se bem do Transpraia: o comboio que unia a praia da Costa da Caparica à da Fonte da Telha. Gregory Bernard, o francês de 52 anos e atual proprietário do Transpraia, chegou em 2017 àquele sítio e chegou a ver o comboio no ativo. Parou de funcionar em 2020. Três anos depois, o proprietário começou o processo de restauração — atualmente, estão a ser realizados passeios de teste e o objetivo é que seja possível retomar atividade no verão de 2026, se houve aprovação da Câmara Municipal de Almada.

Enquanto isso não acontece, o hangar — onde os vagões estão guardados — transformou-se numa galeria para celebrar a cultura urbana e a história do local.

“Esta exposição é um gesto curatorial que reúne artistas radicados na Caparica e em Lisboa”, lê-se num comunicado. É feita por “criadores que cresceram com os pés na areia desta costa, que viajaram no comboio do Transpraia, e que carregam consigo o imaginário da infância”, são artistas “intimamente ligados a esta terra, que agora a transformam com o seu olhar”.

Por aqui existem obras de Aka Corleone, André Saraiva, Numero 6 (Barzolfi), Bráulio Amado,  Claire Duport, Halfstudio, Kampus, Karla Sutra, Megan Whitehead, Stevee, Sara Gomes, Sofia Morais, Vhils, entre outros. Há murais, esculturas e instalações, serigrafias e cerâmica. As peças estão à venda: 40% do valor ficará destinado à candidatura a classificação patrimonial do Transprais e o apoio a artistas locais.

A exposição vai buscar o nome à associação criada por Gregory Bernard em 2023. “Esta campanha de angariação de fundos tem como primeiro objetivo a classificação da Transpraia como monumento histórico, protegendo o seu legado e facilitando o seu regresso à atividade”. A “Amigos do Transpraia”, em associação com a Comunidade de Artistas nas Proximidades da Água, quer obter autorizações da empresa Transpraia e da Câmara Municipal de Almada para integrar arte nas estações.

Os visitantes podem explorar a exposição de segunda a sexta, entre as 14 e as 20 horas, e das 11 às 20 aos sábados e domingos.

O Transpraia foi inaugurado em 1960 e tornou-se um símbolo da Costa da Caparica, transportando gerações de banhistas entre as praias. Porém, começou a perder popularidade em 2007 com o início das obras e requalificação da frente marítima da Caparica. Com o terminal afastado para cerca de um quilómetro do centro do município, a faturação sofreu uma queda vertiginosa.

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