Terá sido, durante meio século, a única obra do mestre Pablo Picasso em Portugal e não mora num museu qualquer de Lisboa ou Porto. Está, de forma improvável, exposto nas paredes do Museu do Caramulo, em Tondela.
“Natureza Morta” é o nome da obra que continua a atrair visitantes de todo o lado e terá sido dada ao fundador do museu, Abel de Lacerda, pelo próprio artista espanhol. A conquista foi fruto de uma estratégia que passou por convencer artistas a doarem trabalhos a este museu num local remoto.
“Ele gostava mais de arte antiga, não era tanto fã de arte contemporânea mas, ainda assim, reconheceu a importância de ter este tipo de obras no museu, porque a linha que ele definiu foi a de ter obras de todas as épocas e em todos os tipos de suportes”, revela o diretor do museu, Tiago Patrício Gouveia, à agência “Lusa”, citada pelo “Jornal de Notícias”.
Segundo o diretor, Abel de Lacerda teve mesmo que ir a França, a casa do pintor, fazer o pedido. Picasso aceitou e hoje a sua obra está ao lado de peças de Dali e Jean Lurçat, neste museu no Caramulo. “Natureza Morta” foi, durante 50 anos, a única obra do pintor em Portugal.
O museu reabriu há cerca de um ano, depois de ter sido alvo de obras de recuperação, iniciadas em 2020. A renovação alargou o espaço e permitiu a expansão da coleção permanente.