É um dos acontecimentos do setor da cultura e do entretenimento em Portugal que a pandemia tem vindo a atrasar. “O Matadouro” é uma peça de teatro imersiva organizada pela companhia do Teatro Reflexo. A primeira casa assombrada deste grupo nasceu em 2015 num palacete em Belas, no concelho de Sintra. A partir dali seguiram-se vários meses em Lisboa, num antigo palácio na Calçada do Combro.

Com todas as sessões esgotadas, este projeto tem sido um verdadeiro sucesso. A nova experiência era para ter estreado em abril do ano passado, mas teve de ser adiada para setembro. Nessa altura, foi possível realizar sessões durante cerca de duas a três semanas, mas as novas medidas obrigaram a adiar novamente o espetáculo.

“O Matadouro” está agora de volta esta sexta-feira, 7 de maio. Os horários, contudo, são diferentes. As sessões de meia em meia hora começam pelas 19 horas, já que às 22h30 é necessário encerrar o espaço. Cada uma dura cerca de uma hora.

Tudo acontece num antigo (e verdadeiro) matadouro nos arredores de Leiria — mais concretamente no número 15 da Rua Nossa Senhora de Fátima, no lugar de Zambujo. Esta é a história dos Pinheiro, uma família patriarcal e religiosa que é totalmente disfuncional. São eles os donos do matadouro.

Os pastéis de carne da família tornaram-se famosos. Contudo, esse sucesso esconde histórias terríveis. O pai abusa da família que, traumatizada, tem também as próprias perturbações e demónios — problemas com que os visitantes se irão deparar ao longo desta jornada sombria e arrepiante.

O criador desta produção e diretor do Teatro Reflexo, Michel Simeão, explica à NiT que a peça tem uma introdução teatral de cerca de 15 minutos e depois algumas cenas adjacentes. Depois existe uma componente sobretudo de experiência imersiva, em que os visitantes entram nas várias salas — um de cada vez — e experienciam sensações que prometem ser aterrorizantes, com o apoio de um audioguia. Há uma espécie de escape room teatral pelo meio.

A equipa encomendou vários adereços “realistas” de Los Angeles, nos EUA, para serem usados no espetáculo — a ideia foi manter o ambiente característico de um matadouro, mas com um toque cenográfico especial. 

No interior, é necessário usar máscara e manter o distanciamento. Todo o elenco e staff é testado regularmente à Covid-19. No ano passado, venderam cerca de 2400 bilhetes, o que significa que a grande maioria ainda não pôde assistir ao espetáculo, mas vai poder fazê-lo ao longo das próximas semanas. No primeiro mês e meio serão reagendados todas as sessões que faltavam. E depois serão marcadas novas datas, até ao final do mês de junho. Se a procura se mantiver, a organização assegura mais datas.

A peça interativa é aconselhada para maiores de 16 anos e os bilhetes custam 16€. Podem ser reservados através do endereço de email reservas.casassombrada@nullgmail.com. Os interessados devem indicar dados como nome do responsável pela compra, número de ingressos pretendidos, contacto e localidade. Pode consultar mais informações na página de Facebook do projeto.