Teatro e exposições

O Museu do Futuro do Dubai tem cápsulas do tempo, avatares e inteligência artificial

Uma repórter da NiT viajou até 2071 com a OSS Hope. Ainda não recuperou desta experiência imersiva.
Abriu em fevereiro de 2022.

Nasci em 1994, ou seja, sou millennial. Cresci a ver “Power Rangers”, “Doraemon” e “Teletubbies”. Apesar de serem totalmente diferentes, todos tinham pormenores futuristas que me fascinavam.

A cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos, podia ter servido de cenário a qualquer uma destas séries. Há tecnologia por todo o lado, quase todos os monumentos têm o título de “maior do mundo” e a arquitetura é verdadeiramente impressionante. No início de abril, visitei o Dubai e uma das grandes atrações do momento: o Museu do Futuro (MOTF).

Já sabia o que me esperava, porque tinha visto algumas fotografias do exterior. Contudo, quando lá cheguei, senti algo completamente diferente. Junto à longa estrada Sheikh Zayed Road, o museu fundado pela Dubai Future Foundation, aberto desde 22 de fevereiro de 2022, não passa despercebido a ninguém.

Projetado pelo arquiteto local Shaun Killa, revestido de aço e vidro, representa a visão do Dubai relativamente ao futuro, daí o seu formato semelhante a um olho. As suas laterais simbolizam a humanidade e o centro, o vazio e o desconhecido remetendo para o futuro.

Além do formato original, o exterior do museu destaca-se pelo uso artístico de caligrafia árabe, que funciona como janelas de vidro. Desenhadas pelo artista dos Emirados Árabes Unidos, Mattar bin Lahej, refletem algumas linhas da poesia do sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum, atual vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e governador do Dubai.

Junto à fachada, existe outra escultura em forma de mão que não passa despercebida. Tem 12 metros de comprimento e representa uma saudação conhecida entre os cidadãos e residentes dos Emirados Árabes Unidos. A mão forma as letras W — win (vencer); V (vitória) e L — love (amor).

Tirei a selfie da praxe e entrei no museu. Quando olhei à volta senti que estava num filme de “Star Trek”. Um pinguim voador a circular no teto, elevadores em forma de cápsula e robots a servirem cafés. Parei por uns segundos para confirmar se alucinava, mas rapidamente percebi que não.

Após passar as bilheteiras fui encaminhada para uma zona mais escura onde surgiu uma espécie de “portal intergaláctico”. Aguardei com o resto do grupo que fosse atingido o número máximo de pessoas para realizar a viagem até 2071, ano em que o Dubai completará o 100.º aniversário da sua fundação.

A seguir surgiu num ecrã um vídeo protagonizado por Aya. “Sou uma residente digital do Museu do Futuro e serei a vossa guia nesta viagem. A vossa missão é explorar e voltar à Terra com algumas descobertas que poderão ajudar o presente. Estamos em fevereiro de 2071, sigam-me”, afirmou o avatar.

Quando o vídeo terminou, as portas do elevador que simula uma nave espacial abriram-se. Ouviu-se a voz do comandante e começou a contagem decrescente para a descolagem. Nas paredes surgiu uma projeção imersiva, a 360.º, onde o Dubai fica cada vez mais longe até entrarmos em órbita e chegarmos finalmente ao espaço.

A viagem termina com a abertura do elevador no quinto andar. Sim, no Museu do Futuro, a visita-se faz-se de cima para baixo, ou seja, do quinto para o primeiro andar. Aí, os visitantes foram apresentados à fictícia Estação Espacial OSS Hope. Nesta sala pode encontrar explicações sobre o funcionamento de satélites, propostas interativas e concluir pequenas missões.

Passada a sala OSS Hope, fizemos a viagem de regresso à Terra num compartimento ainda menor que o primeiro. Já no quarto andar — The Heal Institute — o objetivo é refletir sobre a preservação dos ecossistemas do planeta.

Um dos exemplos dados é o da Amazónia. Mais uma vez, nos vários painéis interativos são mostradas situações que demonstram como as nossas ações influenciam as mudanças climáticas. A seguir passei pela Sala Vault of Life (Cofre da Vida). Trata-se de uma verdadeira biblioteca da biodiversidade composta por amostras de ADN de 2400 animais, plantas e sementes colocados em tubos de vidro iluminados.

O terceiro andar chama-se Al Waha. Em árabe, “waha” significa oásis. Aqui, o tema central é o nosso bem-estar físico e mental, que se encontra comprometido pela tecnologia atual. Os visitantes são convidados a relaxarem e explorarem outros sentidos que não a visão.

Descendo até ao segundo andar, temos o Tomorrow Today, onde estão algumas das novas tecnologias e outras que poderão existir no futuro. Nesta secção, a grande atração é o robot humanóide Ameca, movido a inteligência artificial a quem os visitantes podem fazer perguntas.

Por fim, o primeiro andar — Future Heroes — é dedicado aos miúdos. Lá, os mais novos podem completar missões e brincar no playground.

Robodog: o mais recente membro da comunidade de robôs do Museu do Futuro

O robodog, que tem visão 3D e se move usando 17 articulações, junta-se ao robô humanóide Ameca, Bob, o robô barista e aos robôs voadores do museu. Assim, os visitantes poderão interagir e brincar com o novo membro de quatro patas. O animal robótico foi projetado pela empresa de tecnologia americana Boston Dynamics. Usa a perceção de 360.º para mapear o terreno e evitar obstáculos e até se consegue equilibrar em superfícies irregulares.

O Museu do Futuro está aberto todos os dias das 10 às 18 horas. Os bilhetes podem ser reservados no site oficial e rondam os 37€. A entrada é gratuita para miúdos com menos de três anos e idosos dos Emirados Árabes Unidos. A visita dura, em média, duas a três horas.

A seguir, carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o Museu do Futuro no Dubai.

ver galeria

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT