As impressionantes obras de arte de Joana Vasconcelos atraem a atenção em qualquer lugar do mundo, sendo Nova Iorque mais uma vez um palco de destaque. A artista plástica de 52 anos está a representar Portugal na feira The Armory Show, que está a decorrer até este domingo, 8 de setembro, como parte da exposição “Collective Memory”. A instalação “Valkyrie Liberty” é um dos principais destaques da mostra de arte contemporânea.
Esta obra de grande dimensão oferece uma reinterpretação profunda e atualizada do mito nórdico das valquírias. Combinando habilmente elementos têxteis e tecnológicos, a escultura inspira-se nas guerreiras que acompanhavam os heróis caídos, conduzindo-os até Valhala.
“A manipulação especializada de tecido, croché e uma infinidade de técnicas de Vasconcelos culmina numa linguagem escultural que dialoga tanto com contextos mitológicos quanto com a história contemporânea”, lê-se no site oficial da artista. Já o título, explicitamente vinculado à Estátua da Liberdade, resume “uma reflexão crítica dos ideais duradouros de democracia e abolicionismo nos EUA”.
Ao invocar o símbolo emblemático da liberdade, Vasconcelos cria um elo entre a mitologia nórdica e as narrativas fundamentais da América. A instalação, com uma escala impressionante, possui uma complexa interação de texturas e uma palete de cores vibrantes, desafiando as convenções tradicionais da escultura e “borra as fronteiras entre as belas-artes e a arte popular”.
A “Valquíria” integra tecidos provenientes do arquivo da maison francesa Dior, luzes LED e crochê. O jornal “The New York Times” destacou a peça, descrevendo-a como um dos grandes atrativos da feira, e notando que o trabalho de Vasconcelos “ocupará mais espaço do que possivelmente qualquer outro artista presente”. A instalação está exposta na The Armory Show através da galeria Baró, de Palma de Maiorca.
Nascida em 1971, em Paris, filha de pais portugueses, Joana Vasconcelos, começou a comunicar em francês. Mudou-se para Lisboa aos três anos. Na década de 1990, a artista começou a ganhar notoriedade no meio artístico, tendo realizado a sua primeira exposição. A participação na Bienal de Veneza com a obra “A Noiva” – uma estrutura majestosa feita de tampões de higiene íntima feminina – catapultou-a para o reconhecimento internacional.