“A exposição subaquática em que tenho trabalhado nos últimos três anos foi finalmente submersa”, revelou esta quarta-feira, 20 de setembro, o artista português Vhils. Durante vários meses, as peças estiveram em exibição na sede da EDP, no Cais do Sodré, em Lisboa.
Terminada essa primeira fase, as obras feitas a partir de materiais de centrais da EDP desativadas viajaram até ao Algarve, onde foram levadas até à costa de Albufeira. Aí, foram finalmente submersas, visando criar um ecossistema favorável ao crescimento de recifes de coral e ao aparecimento de formas de fauna e flora marítimas.
“A EDP Art Reef’ é uma intervenção artística de Alexandre Farto aka Vhils sobre peças de centrais a carvão e fuel que a EDP desativou para dar lugar a projetos renováveis”, refere a empresa. “Periscópio” e “Carcer”, assim se designam as criações que estiveram em exposição antes se serem submersas. A primeira, que “representa o ponto de entrada na exposição”, é uma escultura cilíndrica com 5,30 metros de altura e 4,77 metros de diâmetro, já a segunda é “composta por uma escultura feita a partir de um tanque de ferro com 2,80 metros de altura, 3 metros de largura, 4,20 metros de comprimento e uma sapata em betão com 4,20 metros de largura e três de comprimento”.
As estruturas “foram pensadas para darem origem a um novo recife artificial e estarão submersas a cerca de 12 metros de profundidade, sendo por isso apenas visitáveis através da prática de mergulho qualificado”. O projeto esteve em desenvolvimento durante três anos, durante os quais “o Vhils Studio e mais de 200 pessoas de várias equipas se envolveram na visita às centrais desmanteladas, na criação do conceito criativo do EDP Art Reef, na escolha dos materiais e na intervenção”.
Os trabalhos de submersão decorreram ao longo dos últimos seis meses, com a inauguração oficial a acontecer esta quarta-feira. Estão dispostas numa área de 150 metros e algumas só serão reveladas depois da ação da natureza fazer o seu trabalho.
“No total foram [submersas] à volta de nove, 10 peças, porque algumas são parte recife e inteiramente pensadas para agregar vida, mas que depois se vão desenrolar em peças também”, referiu Alexandre Farto, conhecido como Vhils, na inauguração do projeto, junto à praia de Santa Eulália, em Albufeira, aqui citado pelo “Observador”.