Poucos são os nomes tão sonantes na indústria do teatro musical quanto o de Bernadette Peters. Ao longo da carreira, que começou logo aos três anos, a atriz arrecadou um Globo de Ouro e três Tonys. Foi também a musa do Stephen Sondheim, génio do género e criador de peças como “Sweeney Todd”, “Follies” e “Into The Woods”.
Bernadette, que agora tem 76 anos, vai estar em Lisboa, mais especificamente no Capitólio, a 15 de julho para a abertura oficial da segunda edição do Broadway em Lisboa, um evento que começou em 2023. Trata-se de uma iniciativa da Music Theater Lisbon, empresa criada em 2022 por três atores: Rúben Madureira, Sissi Martins e Martim Galamba. O desejo de dar origem a este trabalho partiu de Martim.
“Em 2018 fui para Nova Iorque e estive lá três anos a estudar teatro musical. Regressei em 2021 e, passado um ano, criei a MTL”, conta à NiT. A grande missão dos fundadores é trazer mais produções deste género para o País.
Numa primeira fase, o grupo trouxe atores reconhecidos da Broadway, como Rob McClure, para darem formações aos artistas portugueses, algo “em falta no País”. Já com um plano bem definido, em 2023 surgiu a primeira edição do Broadway em Lisboa. Em 2024, o festival decorre entre 15 e 21 de julho em vários lugares da capital.
Vai arrancar com a presença de Bernadette Peters no Capitólio. A atriz falará sobre a sua carreira singular e sobre a sua própria vida. O público também vai poder fazer algumas perguntas. Ao longo da noite de 15 de julho, também haverá atuações musicais de Sissi Martins, que atualmente interpreta Laura no musical de Filipe La Féria, Rúben Madureira e outros convidados.
“Vão interpretar canções ligadas ao percurso da Bernadette”, explica. Poderá ouvir, por exemplo, “Send in the Clowns” de “A Little Night Music”, temas de “Into the Woods”, entre muitos outros temas todos interpretados em inglês.
Entre 19 e 21 de julho, atores que queiram vingar no mundo dos musicais vão poder participar no workshop de Gavin Creel, que recebeu um Tony pelo seu desempenho como Cornelius Hackl em “Hello, Dolly!” ao lado de Bette Midler.
O grande destaque da programação vai ser mesmo o Broadway no Parque. Em 2023 decorreu nos jardins do Museu do Teatro e “foi um enorme sucesso”. O espaço ficou lotado e formavam-se filas à entrada.
Este ano mudaram de lugar para o Jardim do Torel, que tem capacidade para receber mais de 500 espectadores. Os espetáculos de uma hora e meia decorrerão a 19 e 20 de julho, pelas 21 horas. Segundo Martim, o palco vai estar no lago e, lá em cima, estarão cantoras e bailarinos portugueses.
“Vai ser uma celebração do verão e do teatro musical, com os maiores temas da história”. Pode contar com canções da Disney, por alguns clássicos e outros sucessos contemporâneos. “Vai ser um momento muito bonito graças às vistas do Torel sobre Lisboa.”
Além de animar o público e trazer este género para Portugal, o objetivo da MTL é o de expor artistas nacionais e “colocar o País no mapa cultural internacional”. Desde que a nova edição foi anunciada que Martim tem sido contactado por pessoas de outros países da Europa, Estados Unidos e Canadá, que esperam conseguir assistir aos concertos e iniciativas. “Esperemos que esgote como tem acontecido até aqui. As pessoas querem ver teatro musical. Muitos pensam que não gostam, mas depois ficam fãs porque sentem que é realmente algo genuíno e autêntico”, destaca.
Os fundadores pretendem que o evento cresça a cada ano que passa. Os planos, contudo, não se ficam pelo Broadway em Lisboa. Em 2025 querem adaptar um musical da Broadway para português, fazer apresentações criadas por eles e levar uma produção original de Portugal para Nova Iorque. “Temos tido alguns contactos nesse sentido”, conclui.
