Passaram-se dois anos desde a primeira edição do Festival Feminista do Porto. A ideia surgiu, originalmente, em julho de 2015 após uma reunião entre várias pessoas e grupos interessados em dinamizar actividades feministas pela cidade. Pouco tempo depois, a discussão aberta de ideias deu origem ao Festival Feminista do Porto e teve uma grande afluência durante todo o mês de outubro.
O evento foi, na altura, suportado pelo trabalho voluntário das organizadoras e do espírito de solidariedade entre os vários espaços e pessoas.
“Para o primeiro evento funcionámos apenas com os donativos angariados nas festas e jantares de angariação de fundos”, explica Sara Leão, uma das responsáveis pelo evento, à NiT.
Ao todo, foram mais de 60 iniciativas distribuídas pela cidade do Porto. Uma das razões que levou a continuação da experiência — que tem como objetivo quebrar todos os estereótipos criados à volta do movimento feminista e promover a figura da mulher em todos os campos da sociedade — já durante este mês de março na cidade do Porto.
Este ano, depois de “muitas reuniões, emails e paciência das organizadoras, nasceu o segundo Festival Feminista sob o lema “Resistências & (re)Existência — os feminismos nossos de cada dia” e pretende explorar o movimento feminista enquanto forma de resistência política.
“O festival surge da necessidade de gerar espaços comuns onde possamos partilhar e discutir problemáticas relacionadas às diferentes opressões de género, de maneira a dar-lhes visibilidade e trazê-las do privado para colectivo, do pessoal para o politico”, pode ler-se no comunicado oficial, divulgado na página do evento.
Além das exposições e workshops, o evento vai incluir ainda vários concertos, exposições, teatros, workshops, sessões de esclarecimento relacionadas com saúde feminina, e debates, que pretendem a discussão livre sobre visões diferentes do feminismo, e que contam com a presença de várias figuras nacionais e internacionais, em locais da cidade do Porto como Café Almanaque, Gato Vadio, Confraria Vermelha ou o espaço associativo Contrabando.
“Vamos ter duas oficinas de autodefesa, no dia 12 e no dia 19 de Março, a primeira dinamizada pela Helena Topa e Matias Braga, a segunda pelo colectivo galego Lésbicas Creando. As actividades envolvem diferentes abordagens, abordagens artísticas e intervenção social pela arte, como é o caso da autodefesa”, completa a responsável.
Apesar de ser totalmente auto gerido, o festival tem uma página de crowdfunding para todos os que pretendem ajudar e divulgar a iniciativa. O evento tem entrada gratuita e depende da disponibilidade dos espaços.
O programa do festival está disponível no site do evento.